Por uma ciência mais inclusiva

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Dia 11 de fevereiro assinala-se o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência. A iniciativa, criada pelas Nações Unidas, pretende ser um alerta para o facto de apenas 30% dos investigadores no mundo serem mulheres. Helena Canhão, agora secretária de Estado da Ciência e Inovação, refletiu sobre esta realidade ainda enquanto diretora da NOVAMedical School,

As desigualdades continuam a a fazer parte do contexto profissional científico: menos de 30% dos investigadores em todo o mundo são mulheres. Como forma de lançar o alerta e dar maior visibilidade à presença feminina no campo científico, as Nações Unidas criaram o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, que se comemora a 11 de fevereiro.

Desafios da igualdade na ciência em Portugal

Helena Canhão, médica reumatologista e professora, refere que "Portugal até promove um ambiente inclusivo e equitativo, sobretudo na área da saúde", uma vez que "não há registos de problemas no Ensino Superior". Todavia, a médica adianta que "os desafios surgem mais tarde, sobretudo em lugares em que é preciso que as pessoas tenham disponibilidade de tempo e oportunidades iguais."

Helena Canhão refere também que "não há dúvida que a maternidade, para algumas na altura em que estavam a apostar mais na carreira, eram barreiras que se tornavam mais difícil e mesmo também numa altura mais tardia da vida, em que as mulheres muitas vezes são as cuidadoras, já dos pais e das mães. Isso também do ponto de vista profissional acaba por ter impacto na carreira das mulheres e aqui não é só na ciência como na vida profissional de uma forma geral."

Enquanto for necessário assinalar o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência é porque ainda existe uma desigualdade

Medidas que podem fazer a diferença

A divulgação destes temas nunca passa de moda e ajuda a construir uma sociedade mais inclusiva e desenvolvida. Helena Canhão refere que "em relação à ciência, é muito importante que seja divulgada como algo fundamental para que toda a sociedade progrida." Nesse sentido, defende "políticas públicas que promovam a importância do conhecimento e da intervenção cívica na nossa sociedade." Por outro lado, o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência não deve ser visto apenas como uma data simbólica, mas um lembrete para a importância de garantir que todos tenham a mesma oportunidade. Helena Canhão refere ainda que "enquanto for necessário assinalar o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência é porque ainda existe uma desigualdade".

Helena Canhão refere também que, na sua área, a saúde, não tem registo de problemas graves, o que já não acontece nas matemáticas e nas engenharias.

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