As infeções respiratórias são, na maioria dos casos, ligeiras, mas podem ser graves em grupos de risco. A pneumonia é uma das principais causas de morte em idosos, e um dos seus agentes é o vírus sincicial respiratório (VSR), frequentemente associado a crianças, mas que também afeta adultos sobretudo após os 60 anos.O VSR tem sido historicamente subestimado, em grande parte porque os métodos de diagnóstico até há pouco tempo não permitiam avaliar com rigor a sua carga de doença. No entanto, estudos recentes demonstram que este vírus representa um risco significativo para adultos com mais de 60 anos e para pessoas com doenças respiratórias, como asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doenças cardíacas e diabetes, bem como para indivíduos imunodeprimidos.Os sintomas são semelhantes aos de outras infeções respiratórias: tosse persistente, pieira, febre, dificuldade respiratória e até redução do apetite. O período de maior circulação do vírus ocorre entre dezembro e fevereiro, atingindo o pico em janeiro, mas pode prolongar-se por mais tempo. Durante este período, o risco de infeções graves e hospitalizações aumenta, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.Atualmente, já existe uma vacina contra o VSR, incluída no Plano Nacional de Vacinação para bebés, mas ainda sem recomendação universal para adultos. No entanto, o alargamento da vacinação está a ser estudado, e espera-se que no futuro seja recomendada para pessoas com mais de 60 ou 65 anos e, a partir dos 50 anos, para quem tenha fatores de risco.Embora o pico da atividade viral esteja a abrandar, o vírus continua a circular e a ser transmitido facilmente através da tosse e dos espirros. Normalmente, o período de contágio varia entre três e oito dias, mas em pessoas imunocomprometidas pode prolongar-se por várias semanas, mesmo após a ausência de sintomas.A prevenção continua a ser a estratégia mais eficaz para minimizar os riscos. Medidas simples, como a higienização das mãos, a etiqueta respiratória e a vacinação, quando recomendada, são fundamentais para reduzir a transmissão e proteger os mais vulneráveis.