Promotores imobiliários explicam ação: "Foi anterior ao incêndio"
Os dois promotores imobiliários, que apresentaram uma ação em tribunal contra a Câmara Municipal de Cascais (CMC), o Estado Português e o Turismo de Portugal, explicam que a mesma não foi colocada na sequência do incêndio do fim de semana que atingiu Sintra e Cascais e que destruiu quase 500 hectares do parque natural. "Foi uma enorme e infeliz coincidência", garantiu ao DN Rodrigo Moreira Rato, gestor da Prontohotel e a Quinta do Guincho,
Segundo soube o DN, a Prontohotel e a Quinta do Guincho colocaram a ação antes do incêndio de dia 6 de outubro, mas o município só foi notificado dia 9 da mesma, três dias após os incêndios. As duas empresas pedem uma indemnização de 13 milhões de euros por danos causados, visto que queriam construir um hotel de 4 estrelas e um campo de golfe em terreno de 40 hectares entre Guincho e Malveira da Serra, precisamente na zona afetada pelos incêndios.
"Metemos a ação antes dos incêndios, foi uma enorme e infeliz coincidência a área ter sido afetada pelos incêndios. Foi uma decisão tomada depois de a Câmara nos comunicar a caducidade das licenças de construção, foi por isso, não foi por causa dos incêndios", explicou ao DN Rodrigo Moreira Rato, garantindo que pretende fazer parte da reconstrução da área ardida: "Tenho imensa pena e tristeza em ver o estado em que ficaram os terrenos, quero mais é participar na reconstrução e ser solução para esta tragédia que aconteceu."
O gestor das empresas garantiu mesmo que já disse isso mesmo a mesmo ao presidente da CMC, mas é preciso entender que as empresas que representa saíram prejudicadas num processo que se arrasta desde 1996:"Falei hoje mesmo com Carlos Carreira e expliquei-lhe o contexto e o timing da ação. Se Cascais considera que neste momento aquele não é um empreendimento turístico que faça sentido, tudo bem, mas é preciso entender que as empresas saíram prejudicadas em todo o processo. "
Rodrigo Moreira Rato mostrou assim abertura para chegar a um acordo e resolver um caso com mais de 22 anos. "A Câmara está a fazer o que acredita ser melhor para proteger os valores para os quais foram eleitos. Quero que se sentem connosco. A expropriação não é algo que me faça confusão, mas tem de ser feita com cabeça. Eu gostava de fazer parte da reconstrução daquela zona natural."