Lisboa vai plantar 20 mil árvores e preparar-se para as alterações climáticas

Lisboa vai ser, em 2020, a capital verde da Europa. Para assinalar a distinção vai plantar 20 mil árvores num só dia. Uma cidade sem cheias em 2030 e a utilização de água reciclada por toda a cidade estão nos objetivos do evento que inicia a 10 de janeiro.

Fernando Medina, presidente da câmara de Lisboa disse esta sexta-feira na apresentação da agenda da capital verde da Europa, que o título de "capital verde" servirá para "mostrar o que tem sido feito na cidade" mas sobretudo para "puxar pela agenda da sustentabilidade, que é absolutamente crítica". "Queremos ter 2030 compromissos para 2030. As organizações, instituições e empresas e cidadãos da cidade terão que apontar caminhos e soluções para as alterações climáticas."Vai ser um ano marcante para o futuro da cidade e políticas públicas", avançou.

Entre os vários projetos apresentados está a plantação de 20 mil árvores num só dia e os objetivos para atingir a neutralidade carbónica em 2050, ultrapassar os 100 megawatts de energia solar instalada até 2030 e disponibilizar um total de 1000 talhões de hortas urbanas até 2021. Além da redução em 60% do consumo de água nos próximos dez anos com aposta na utilização de água reciclada.

Com abertura oficial agendada para 10 de janeiro, Lisboa Capital Verde da Europa arranca no dia seguinte com uma exposição com "o mar de Portugal como nunca o vimos", no Oceanário de Lisboa, avançou o vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia. Sá Fernandes disse que "temos de ser transparentes e corretos e dizer como estamos na cidade nas questões ambientais".

Entre outros eventos já agendados estão a Urban Future Global Conference, a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. Lisboa irá acolher a abertura da Conferência Green Week que irá decorrer em Bruxelas, na Bélgica, mas que terá o ponto de partida na Fundação Calouste Gulbenkian.

Durante a apresentação foram apresentados vários de compromissos ambientais. Sá Fernandes apresentou números daquilo que a Câmara de Lisboa se propõem a realizar, alguns já conhecidos e incluídos no orçamento camarário 2020.

ENERGIA:

No que respeita à energia o executivo de Fernando Medina quer reduzir em 60% nas emissões de CO2 até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2050. O que irá preparar a cidade para ser mais "resiliente às alterações climáticas explicou Sá Fernandes. Terminar o Parque Urbano da Praça de Espanha e utilizar mais energia solar em Lisboa. Reduzir em 60% de redução do consumo energético, divididos por uma diminuição em 30% em edifício municipais, 20% em consumo geral residencial e de serviços e 10% na industria.

MOBILIDADE:

Ter 200 quilómetros de ciclovias e infra-estrutura ciclável que ligue toda a cidade. Ter 410 novos autocarros de elevados desempenha ambiental até 2030 e a duplicação da frota de elétricos rápidos e mais 40% de oferta de transporte rodoviário na AML. Mas há mais números: que sete em cada 10 viagens sejam feitas em transporte público e reduzir as viagens de automóvel na cidade de 57 para 33%.

ESPAÇOS VERDES:

Atualmente Lisboa conta com 250 hectares de zonas verdes, mas o objetivo da câmara é ter mais 100 hectares até final de 2021 cobrir 25% da cidade com espaços verdes até 2022. Criação de sombra para combater as ondas de calor. Para minorar a escassez de água vão ser criados prados de sequeiro biodiversos, adiantou Sá Fernandes.

ÁGUA:

Continuar com o Plano Geral de Drenagem, com a rede de distribuição de água reciclada e criar bacias de retenção de base natural são outros dos compromissos da autarquia. "E poder nadar no Tejo", referiu Sá Fernandes. Reduzir em 60% o consumo de água até 2030 é outra das metas.

RESÍDUOS:

No que respeita aos resíduos, o objetivo da CML é reduzir em 50% os resíduos indiferenciados enviados para valorização energética. E a implementação de recolha seletiva porta-a-porta de biorresíduos em toda a cidade. 50% de recolha seletiva de resíduos do total dos produzidos 60% na taxa de reciclagem e preparação para reutilização, sendo que o valor atual é de 34,4%. Redução da produção de resíduos per capita em 15%. Para novembro de 2020 está previsto a inauguração de eco centro e CIRE no Parque das Nações.

Programa de conferências

10 de janeiro - Abertura oficial no Parque Eduardo VII no Pavilhão Carlos Lopes. Cerimónia na Estufa Fria de Lisboa com a presença do Secretário Geral da ONU, António Guterres.

11 de janeiro - Inauguração da exposição "O mar de Portugal como nunca o vimos" no Oceanário de Lisboa.

12 de janeiro - Plantação de 20 mil árvores: 4 mil no Alto da Ajuda; 6 mil no Parque Vale da Ameixoeira; 9 mil no Parque da Montanha (Areeiro/Marvila) e mil no corredor verde de Monsanto.

Abril - Inauguração do ReMuseu - Museu da Reciclagem.

1 a 3 de Abril - Urban Future Global Conference.

23 a 25 de abril - Planetiers World Gathering.

18 a 20 de maio - European Congress ITS the Game Changer.

1 de junho - Abertura em Lisboa da Green Week 2020 (a conferência realiza-se em Bruxelas.

2 a 6 de junho - Conferência sobre Oceanos da ONU.

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