Lisboa: PSD vai aprovar torre de 60 metros na Almirante Reis

Em comunicado, a vereadora Teresa Leal Coelho diz que o Portugália Plaza "contribui de forma positiva para a recuperação de terrenos abandonados de um dos eixos estruturais da cidade".
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O projeto de recuperação do quarteirão da Portugália, que inclui a construção de um edifício de 60 metros de altura, com 16 andares, entre a avenida Almirante Reis e a rua António Pedro, e que tem parecer positivo do departamento de urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, acabou de ganhar fôlego para avançar. Em comunicado, o PSD veio prestar "o seu acordo de princípio a este investimento privado".

No comunicado, o PSD esclarece que exigiu ao Executivo a realização de duas apresentações aos cidadãos, o que prolongará o prazo de consulta pública - previsto até 12 de maio. Mas tinha uma moeda de troca: com acordo entre PS e PSD, as obras têm luz verde para arrancar.

O PSD considera a Portugália Plaza um projeto "estruturante, apoiando a Lisboa habitacional e recolocando zonas residenciais para a o retorno da classe média, em pleno centro da cidade."

Como o DN noticiou no sábado, a parcela norte do projeto, que está em consulta, prevê a construção de 85 apartamentos de pequenas dimensões. Sem nunca se querer referir ao quarteirão da Portugália em concreto, Margarida Martins, presidente da junta de freguesia de Arroios, lamentou a especulação de preços residenciais naquela zona da cidade e falou da necessidade de oferecer "habitação a custos controlados" à população.

Os sociais-democratas respondem que "este projeto tem potencial para devolver a cidade aos cidadãos." Constituído essencialmente por apartamentos T0 e T1, o PSD acredita que o Portugália Plaza "recupera terrenos atualmente abandonados para habitação de classe média e residências para estudantes." O DN perguntou ao promotor a que preços seriam vendidas as casas, mas não obteve resposta.

Para o PSD há ainda outras vantagens no projeto, além dos 110 apartamentos que serão erguidos na versão final: "Espaços culturais e para escritórios, lojas comerciais e de serviços, cerca de 570 espaços de estacionamento e diversas áreas de lazer abertas ao público, entre as quais uma praça central ajardinada."

Ana Jara, arquiteta e veradora comunista na CML, disse no sábado ao DN que as alterações ao PDM podem fazer sentido quando servem os cidadãos, mas que esta obra "servia apenas interesses privados". O Portugália Plaza é promovido por um fundo imobiliário fechado chamado Sete Colinas - que pertence a um outro fundo, alemão, que prefere "manter-se discreto". São promotores de vários projetos residenciais e hoteleiros na cidade.

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