Estátuas, galerias de arte, parques infantis. O que os lisboetas querem na cidade

Dezanove projetos venceram o orçamento participativo da capital para este ano. Quatro vão receber 300 mil euros. Próxima edição vai ter um orçamento de cinco milhões de euros e os projetos têm de ser exclusivamente de natureza ambiental.
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Galerias de arte na zona oriental de Lisboa, recreios de inverno no Alto da Faia, um parque infantil inclusivo/adaptado no centro histórico da cidade e a criação de um Largo das Belas Artes, também na zona histórica.

Estes são os projetos que vão receber um maior apoio financeiro da câmara municipal no âmbito do Orçamento Participativo deste ano. Entre as 19 propostas escolhidas, dos 122 projetos que foram colocados em votação, estes não foram os mais votados. Essa honra coube à proposta de ser edificada uma estátua de Homenagem ao Pupilo do Exército que recolheu 5591 votos.

Novidade nesta edição foi a escolha de três ideias a que foi concedido o "selo verde". São propostas que visam alteração para o desenvolvimento sustentável da cidade e todas recebem 100 mil euros: um espaço de incubação e dinamização da Penha de França; mobilidade em Campolide e requalificação da Envolvente da Rua Adelino Nunes (Marvila).

Na cerimónia que teve lugar ao final da tarde desta quinta-feira no salão nobre da autarquia, o vereador e vice-presidente da autarquia João Paulo Saraiva divulgou a lista dos projetos escolhidos, o valor que cada um vai receber e a forma como decorreu a eleição. No total a câmara tinha atribuído ao orçamento participativo 2,5 milhões de euros que serão distribuídos por dois tipos de projetos: transversais e locais. Os votos destacaram seis projetos do primeiro item e 13 do segundo.

João Paulo Saraiva destacou a aposta da câmara na melhoria contínua deste projeto de envolvimento dos cidadãos, afirmando que esta edição teve como como uma das inovações "um maior envolvimento das juntas de freguesia". O vice-presidente da autarquia salientou igualmente que o objetivo futuro é conseguir cada vez mais participação dos cidadãos, de mais jovens, mais migrantes.

Outra das pretensões da autarquia é ter apenas propostas de projetos de natureza ambiental na próxima edição que será iniciada no final do ano. No encerramento da cerimónia desta tarde Fernando Medina, o presidente da câmara, anunciou que o próximo ciclo - 2019/2020 - vai contar com um orçamento de cinco milhões de euros, este ano foi de 2,5 milhões, e as ideias a apresentar pelos cidadãos têm de ser "verdes".

"Em 2020, Lisboa vai ser a Capital Verde da Europa e queremos fazer esse um ano de grande mobilização da agenda ambiental", frisou.

Destacou ainda o facto de a partir da edição que terminou esta segunda-feira a execução dos projetos passarem a ser competência das juntas de freguesia. Uma forma, salientou, de "assegurar que vão surgir mais rápido. Para não termos o sentimento de frustração que é o de vermos um projeto aprovado e depois demorar a surgir".

Medina anunciou ainda que o projeto do jardim no Caracol da Penha, que também surgiu de uma proposta do Orçamento Participativo e que acabou por substituir uma zona de estacionamento que esteve projetada para aquele espaço, tinha sido aprovado na reunião de câmara desta quinta-feira.

Moradores e Benfica lideram propostas

Na edição que terminou ontem com o anúncio dos projetos escolhidos, a participação dos cidadão foi quase igualitária no que diz respeito à apresentação de propostas: 251 projetos da autoria de mulheres e 258 assinados por homens. As faixas etárias mais representadas são entre os 30 e os 49 anos (129 projetos), seguindo-se a faixa entre os 16 e os 19 anos (137 ideias). Segundo a câmara 73 pessoas com mais de 65 anos apresentaram projetos.

Quanto à local de residência quem mora em Lisboa entregou 327 propostas, seguindo-se os residentes e trabalhadores na capital com 96 e quem vem à capital para trabalhar com 45 ideias. Os estudantes apresentaram 37 projetos.

Numa análise à zona onde residem os autores das propostas, que segundo a câmara representam todas as freguesias, a de Benfica destaca-se com 33, seguindo-se Arieiro e Arroios, com 21 cada.

A lista das 19 propostas vencedoras:

Transversais:
- Estátua de Homenagem ao Pupilo do Exército;
- Galeria de artes do Parque;
- Monumento ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes;
- Recreios de Inverno no Alto da Faia;
- Parque Infantil inclusivo/adaptado;
- O Largo das Belas Artes.

Locais:
- Requalificação dos espaços de recreio da EB1/JI Gaivotas (Bairro da Misericórdia);
- Espaço de incubação e dinamização da Penha de França;
- Requalificação do parque infantil e pintura de mural no n.45 da Avenida Mouzinho de Albuquerque (Penha de França);
- Requalificação da Azinhaga das Teresinhas (Alvalade);
- Monumento aos Movimentos Feministas na Cidade de Lisboa (Avenidas Novas);
- Curso de empreendedorismo e capacitação para pessoas portadoras de deficiência (Arroios);
- Mobilidade em Campolide;
- Requalificação Campo de Jogos para alunos do Ensino Básico (Benfica);
- O Barracão - Uma ludoteca de regresso à Horta Nova (Carnide);
- Parque para cães (Benfica);
- Parque de Recreio Sul - Passeio Neptuno (Parque das Nações);
- Caixa de Artes do Parque (Parque das Nações);
- Requalificação da Envolvente da Rua Adelino Nunes (Marvila).

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