Capa com Maomé incendeia escritório de revista satírica francesa

Publicado a
Atualizado a

Em cinzas foi como ficou o escritório da revista satírica francesa Charlie Hebdo após ter sido atacado com uma bomba incendiária. Motivo? O lançamento da edição especial Sharia Hebbo.

A edição especial, dedicada à Primavera Árabe, apresentava um cartoon com Maomé na capa, como "editor convidado", dizendo "Cem chicotadas se não morrerem a rir".

Perto da 1 da manhã, o escritório da revista foi atacado, tendo a bomba incendiado o sistema informático e queimado grande parte dos conteúdos do escritório.

O ataque antecedeu a chegada às bancas da edição especial da Charlie Hebbo, uma "celebração" da vitória do partido islamista moderado An-Nahda nas eleições na Tunísia e o facto do governo de transição líbio ter afirmado que a Sharia seria a principal inspiração da legislação no país.

Nos últimos dias, segundo explicou Charb, o editor da revista, à France Inter Radio a revista tinha recebido diversas ameaças no Twitter, no Facebook e pelo correio, que deram conhecimento à polícia. À Agence France Press, O editor recusou acusações de estar a provocar a comunidade islâmica, afirmando que a revista "estava apenas a fazer o seu trabalho, como de costume".

Já não é a primeira vez que a revista publica cartoons com o profeta Maomé, algo proibido pela religião islâmica. Em 2007 duas organizações islâmicas quiseram processar a revista por esta querer publicar os cartoons publicados inicialmente pelo jornal dinamarquês que gerou protestos da comunidade islâmica, mas os tribunais não aceitaram as queixas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt