BPN: BE diz que relatório da comissão de inquérito é "tendencioso e muito parcial"

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O deputado do Bloco de Esquerda João Semedo criticou hoje que a proposta de relatório da comissão de inquérito ao BPN, afirmando que o documento é "tendencioso e muito parcial".

"O relatório apresentado pelo PSD é um relatório tendencioso e muito parcial. É um relatório que tem dois pesos e duas medidas. É muito severo para com o Governo anterior e muito condescendente para o atual", afirmou João Semedo.

O deputado bloquista sustentou que o documento, elaborado pelo deputado do PSD Duarte Pacheco, "procura isentar de responsabilidades o atual Governo" sobretudo em relação ao preço pelo qual foi vendido o BPN [Banco Português de Negócios].

O que era essencial explicar, argumentou, "era como é que o Governo vendeu por 40 milhões de euros um banco quando tinha acabado de gastar mil milhões de euros para o conseguir vender".

Para o deputado bloquista, o relatório não justifica "o facto de ter-se tratado de uma venda por razões políticas sem racionalidade económica e financeira".

"Razões políticas aliás para esta venda que estão bem documentadas, com a participação do próprio primeiro-ministro nesta operação financeira de venda do BPN ao BIC, de capitais luso-angolanos", argumentou.

João Semedo disse que "mais do que o esclarecimento, o relatório é uma arma de arremesso político do PSD contra o Governo anterior e o PS".

A proposta de conclusões da comissão de inquérito ao BPN defende que o preço de venda ao BIC, 40 milhões de euros, foi o possível e que a intervenção do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, evitou a liquidação do banco.

O relatório diz que o Estado, durante a fase de nacionalização, foi responsável por "desnorte estratégico" e pela perda de valor do banco.

A crítica, referente ao período em que o banco esteve nacionalizado (entre janeiro de 2008 e início de 2012) e que atinge o último Governo PS, consta da proposta de relatório de conclusões da comissão de inquérito sobre a nacionalização e reprivatização do BPN, que será ainda discutida em comissão antes da votação.

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