"Vou ter um beijinho, nem que fique até à meia noite"

Fãs de Tony Carreira encheram, ontem à tarde, a loja Fnac do Colombo, em Lisboa, na sessão de autógrafos do novo disco, "Sempre Mais". Houve quem chegasse ali às 10 de manhã.
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Ermelinda Rasteiro tem na mão um CD de Tony Carreira, que acabou de comprar, e está no fim da fila, que vai até quase à porta da Fnac do Colombo, em Lisboa. São quase 18.00 e, de acordo com as previsões dos responsáveis da Sony, é muito provável que a sessão de autógrafos de Tony Carreira não termine antes das 21.00. Ermelinda não está preocupada. "Já o fui ver muitas vezes em concertos mas faltou-me sempre companhia para ficar até ao fim para ter um beijinho. Hoje vim sozinha e vou ficar até ter um autógrafo, um beijinho, uma fotografia, tudo. Nem que fique até à meia-noite."

Quem ontem à tarde foi àquela livraria e não soubesse o que se passava até poderia pensar que estavam a dar prémios valiosos. O fórum onde habitualmente se realizam as sessões estava completamente cheio de pessoas num ziguezague organizado por faixas pretas. Desde pelo menos as 16.00 que a fila continuava em ziguezague já na parte de fora do fórum e, depois, em fila até quase à porta. Perto das 17.00, hora marcada para a chegada do músico, já havia gente a amontoar-se nas vidraças laterais, sem esperança de conseguir um autógrafo mas querendo ao menos vê-lo e, quem sabe, tirar-lhe uma fotografia de longe. De vez em quando, gritavam todos em coro "Tony, Tony, Tony", empunhando no ar o novo CD, Sempre Mais.

Maria de Lurdes Fonseca, assistente técnica hospitalar, de 60 anos, era, orgulhosamente, a primeira da fila. Assim que as portas da loja abriram, às 10 da manhã, foi pôr-se no seu lugar. Possuidora de todos os discos de Tony Carreira, muitos autografados, Maria de Lurdes faz parte do clube oficial de fãs e "sempre que possível" vai ver o seu ídolo. Já lhe deu muitos beijinhos e diz que gosta tanto dela pelas canções como pela simpatia.

Ao seu lado, Pedro e Fátima Reis concordam. Fátima lembra-se de Tony ainda criança, na escola primária em Pampilhosa da Serra. Foi ela que acabou por contagiar o marido. "Sou o fã número 1 masculino, foi o próprio Tony que o disse", explica o técnico de ar condicionado que coleciona em casa todos os objetos de merchandising , discos antigos, bilhetes de concertos e tudo o que conseguir. Há três anos fez uma tatuagem no braço direito: "Fui muito criticado, há pessoas que não percebem como é que eu fiz uma tatuagem com o nome de outro homem. Ia fazer com o nome da minha mulher? E se nos divorciamos? Ao menos esta paixão eu sei que é para sempre."

Ali, há horas à espera de um autógrafo, estão alguns dos maiores fãs do cantor de Sonho de Menino. Cristina Magro, de 35 anos, que é empregada de balcão e se lembra de ter ido com o pai a um concerto quando tinha apenas 14 anos e ter ficado fã. Américo e Elza Fonseca (com z e não com s como escreveu Tony por engano no CD) que têm 28 anos de casados, "tantos quantos os anos que ele tem de carreira". Célia Lanceiro que desde que se reformou, há cinco anos, que viaja pelo mundo atrás do seu ídolo e já assistiu a concertos em Paris, Luxemburgo, Zurique mas ainda mais longe, em Melbourne e Sidney (Austrália) ou em Toronto e Montreal (Canadá). "O Tony é o Tony, vale tudo", diz.

Às 17.13, Tony Carreira aparece com um sorriso largo, ao som de Sem Ti Não Sei Viver, um dos temas do novo disco. A música é gravada, não se trata de um concerto. Mas, por momentos, canta com toda audiência. Só depois começa a distribuir beijinhos e autógrafos. Estão cinco canetas em cima da mesa. Talvez cheguem.

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