Pedro Tochas, o ator português com lugar cativo no Fringe
A vida pode mudar no Fringe, o festival de artes performativas que decorre até 31 de agosto no centro de Edimburgo, na Escócia. É lá que o comediante Pedro Tochas passa o tempo de férias, a trabalhar, há treze anos. E há 18 como espectador, numa paragem do interrail. "Ia com amigos, cortaram-se à última hora, em vez de andar de cidade em cidade, andei de festival em festival." Continua a ser um espectador atento. "Há dias em que quase peço para não fazer o meu espetáculo para poder ver o dos outros." Faz as contas: esta edição já assistiu a cerca de meia centena. Há 1200 possibilidades por dia.
A chuva, "a única desvantagem", trocou-lhe as voltas várias vezes esta semana (ou não), segundo contou ao DN, por telefone, entre apresentações. Atua ao ar livre, inserido num calendário que pode ser mais alternativo do que o próprio festival: o dos eventos de rua (Virgin Money Street Events) que reúne mais de cem artistas de vários pontos do globo. Sorteiam de manhã a praça ou largo onde se vai apresentar.
Pedro tem levado sempre o mesmo O Palhaço Escultor, um filme mudo ao vivo. É mímica, liberta-se de obstáculos linguísticos. Fringe "deu-me para rodar o espetáculo". Acrescenta: "Podes estar dez anos a fazer o mesmo espetáculo. É uma cidade turística, o público está sempre a mudar."
Estar no Fringe é para todos. E este ano há outro português no cartaz: Cão à Chuva (nome português) Lullaby (em inglês), "um objeto artístico de fusão que mistura a linguagem física do teatro, o palhaço, o mimo, a improvisação e o novo circo", diz a sua apresentação no site do festival.