Ilustrarte abre amanhã com obras de 50 ilustradores
Castelo Branco recebe a oitava edição da Ilustrarte que tem retrospetiva dedicada a Ingrid Godon.
"Uma linha sinuosa, que não se sabe bem onde começa nem onde acaba, percorre todas as imagens formando uma espécie de labirinto, que, no fundo, é a metáfora da linha condutora que constitui a narrativa visual" das 150 ilustrações inéditas de 50 ilustradores selecionadas pelo júri da Ilustrarte - Bienal Internacional de Ilustração para a Infância. Esta oitava edição abre portas amanhã, no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, e contará ainda com um segundo núcleo, uma retrospetiva dedicada à ilustradora belga Ingrid Godon.
A linha sinuosa é o fator "original a que já habituámos os visitantes nas nossas montagens", explica ao DN Eduardo Filipe, curador da bienal juntamente com Ju Godinho. O formato é semelhante ao das edições anteriores, com duas exposições, sendo a mudança geográfica e a elevada adesão dos ilustradores à Bienal os fatores a destacar. "Os 50 [ilustradores] selecionados são resultado de um concurso em que tivemos um recorde inesperado de quase três mil ilustradores oriundos de 105 países. Costumávamos ter cerca 70 países, o que já não era mau, mas este ano superámos todas as expectativas", diz.
Um resultado que, acredita, está relacionado com o facto de tanto Portugal como a ilustração estar na moda - "é uma forma de arte que toca muito de perto as pessoas", defende - mas também com a crescente implantação da bienal "que tem vindo a crescer de edição para edição", desde que começou, em 2003, no Barreiro, tendo depois passado a ocupar o Museu da Eletricidade. Com as mudanças neste espaço lisboeta, que passou pela inauguração do MAAT em outubro de 2016, este ano realiza-se pela primeira vez em Castelo Branco, no Centro de Cultura Contemporânea, inaugurado em 2013.
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© Carolina Celas
As 150 obras inéditas (três de cada um dos 50 ilustradores) foram escolhidas por um júri constituído pelo português André Letria, pela vencedora da última edição, a espanhola Violeta Lópis, pelo italiano Mauro Evangelista, diretor e fundador da escola de Ilustração em Macerata, pela norte-americana Jenny He e pela belga Ingrid Godon. A vencedora deste ano é a alemã Yuxing Li, tendo sido atribuídas três menções especiais: ao mexicano David Álvarez, à espanhola Cinta Arribas e à portuguesa Carolina Celas.
Sobre o trabalho de Yuxing Li, Eduardo Filipe explica que "propõe um livro sobre o que é não fazer nada, a importância do tempo livre", enquanto no caso da portuguesa Carolina Celas "a sua proposta é um livro sobre instantes que podem durar um segundo, um dia ou uma vida.

© David Álvarez
Por sua vez, David Álvarez, "um virtuoso", sublinha, "apresenta um trabalho em grafite, sobre o imaginário da América do Sul, os nativos da América do Sul e a memória que as pessoas formam dos sul-americanos e que os próprios sul-americanos têm de si próprios".
A ilustradora espanhola, Cinta Arribas, "tem um trabalho muito gráfico, acho que foi isso que cativou o júri" e conta "uma pequena história simples, de personagens que vão mudar de sítio e acabam a chocar uns com os outros na vertigem da mudança".

© Cinta Arribas
Para saber a história dos outros 46 ilustradores selecionados pelo júri, só mesmo com uma visita ao Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco. Aberto de terça a domingo, das 10.00 às 13.00 e das 14.00 às 18.00. Os bilhetes custam 2 euros, sendo grátis para crianças, estudantes e séniores. Até 2 de setembro.