Grandes Pintores: tudo o que não sabias que querias saber
"Sabias que a tela de Monet Mulheres no Jardim "era tão grande que Monet teve de construir uma vala para poder enterrar a parte inferior e conseguir pintar a parte de cima"? Ou que o nome "impressionistas", um dos mais importantes grupos da história da arte, veio de um comentário depreciativo de um jornalista ao quadro de Monet Impressão, Nascer do Sol ? E que ele tinha uma tia pintora? Aí está uma afinidade entre o artista e Isabel Zambujal, a autora que já contou as histórias de Grande Pintores numa primeira série, e que regressa amanhã com um novo grupo de mestres, inaugurado por Monet: de Klimt a Degas, Goya, Bosch ou Modigliani. "O meu tio e padrinho, Francisco Zambujal, tinha alma de artista. Era um dos extraordinários caricaturistas que colaborava com o jornal A Bola. No tempo de férias, ficava fascinada a vê-lo desenhar e pintar e, apesar de ser professor e de gostar muito de ensinar, nunca conseguiu melhorar a minha inaptidão para o desenho. Talvez este seja um dos motivos por eu admirar tanto o trabalho dos ilustradores", escreve ao DN a autora que, ao longo destes dez volumes partilha as páginas com diferentes ilustradores, de Sandra Serra a Gonçalo Viana, Carla Nazareth, ou Francesc Grimalt.
Tudo começa com um desenho de Índigo, a sua amiga Violeta já o sabe. "Quando ele, sem se aperceber, dava uma pincelada parecida com um quadro famoso, Zás, Pumba, Catrapumba! Lá iam eles para a vida de um artista." E é pela mão deles que vemos Gustav Klimt entre os seus sete irmãos - já agora, diz-nos o livro, sabias que "Klimt se inspirou na sua história de amor com Emilie Flöge para pintar O Beijo? Nunca se casaram, mas estiveram juntos durante vinte e sete anos". Vemos Michelangelo, de "ombros tão largos e braços tão fortes", afinal, diz Índigo a Violeta: "Só para a estátua de "David", ele trabalhou um bloco de mármore com mais de 5 metros de altura". Lá está também Degas sentado com a bebida que figuraria depois na sua obra O Absinto.
"Os miúdos gostam de saber factos com os quais se identificam, como a profissão dos pais, o número de irmãos, as escolas que frequentaram, os países que conheceram. Mas também têm curiosidade em aprender as histórias por detrás de cada obra, como, por exemplo, de onde veio a inspiração ou em que museu podem ver as exposições de determinado pintor. Quando escrevo para crianças, tento pôr-me na pele dos miúdos, sabendo que eles são grandes apreciadores da simplicidade, da imaginação e da diversão, mas tenho também a preocupação de não infantilizar a escrita.", explica a autora de livros como A Menina que Sorria a Dormir, ou 101 Coisas que Devias Fazer Antes de Crescer .
A pesquisa relativa à vida dos pintores é feita através de fontes "diversas, desde coleções de pintura, jornais, vídeos, documentários, programas de televisão ou informações credíveis da internet". Através disso é criado uma espécie de mapa onde somos conduzidos pelas duas crianças, às vezes por caminhos mais sensíveis. "Como todos sabemos, a vida de muitos artista foi bastante cruel e dramática. Procuro, por isso, informá-los de uma forma que não seja violenta. Penso que é desnecessário contar-lhes que a mulher de Modigliani se atirou grávida de uma janela, poucos dias depois de o marido morrer, digo-lhes apenas que morreu por amor."
Além da história, o livro traz jogos, um quiz, uma lição de desenho, um "Sabias que..." e um convite para ir a um museu.