Batman e Super-Homem, um confronto para o "fã" devorar

Estreia-se amanhã um candidato forte a filme mais visto do ano. Batman vs. Super-Homem: O Despertar da Justiça está pensado para o "fã" do universo da banda desenhada

O primeiro de muitos filmes de uma nova fase da DC Comics. Visto Batman vs. Super-Homem: O Despertar da Justiça, percebemos a intenção da Warner: este filme não é mais do que um piloto para a expansão do universo dos super-heróis da DC. Para o ano já estará pronto Mulher Maravilha, de Patty Jenkins, com a própria (também conhecida como Wonder Woman), The Justice League - Part One, de Zack Snyder, e , em 2019, a sua sequela, também realizado por Snyder. Ainda neste ano, em agosto, Batman regressa também em Esquadrão Suícida, de David Ayer, onde está reunida uma série de super-vilões deste universo.

Por isso, de relance aqui já são vistos mais super-heróis para a tal super-liga: Aquaman (com Jason Momoa por instantes a lembrar--nos que não sabe representar), Steve Trevor (que só aparece em fotografia) e, claro, Wonder Woman, em português Mulher Maravilha, que aqui tem alguma interligação significativa com Batman.

Ora neste recomeçar de ciclo (onde se esquece a pureza de Super-Homem e o desencanto com negritude de Batman) assistimos ao combate do século: Batman decide enfrentar Super-Homem, cada vez mais acusado de ser um vigilante e de intervir sem respeitar regras militares. Batman está mesmo convencido de que tanto poder para um extraterrestre não é seguro mas sim uma aberração. Por seu turno, Super-Homem, através do seu alter ego Clark Kent, o jornalista, também sente vontade de denunciar a campanha de vigilância de Batman.

Dois duelos de super-heróis

Entre os dois surge um jovem filantropo chamado Lex Luthor, cujo sonho é destruir o Homem de Aço, sendo mesmo capaz de engendrar um plano para recuperar kryptonite, material do planeta de Super--Homem, Krypton, que o enfraquece. Tudo se complica para a Humanidade quando Batman, na sua fúria vingadora, recupera esse material fatal para Super-Homem e Lex consegue que a opinião pública comece a ver Super-Homem com outros olhos quando este decide retirar-se depois de lançadas suspeições quanto à sua inocência.

Ao longo de duas horas e meia (fala-se que mais tarde pode ser lançada uma versão ainda mais longa...), assistimos a dois duelos (um deles semi...) entre os dois super-heróis mais amados do nosso tempo e a uma série de maquinações de um super-vilão com manias de grandeza, um Lex Luthor muito cabeludo (por enquanto...).

Do lado de Super-Homem, a sua progenitora, Martha (de novo interpretada por Diane Lane), um flash do seu pai terrestre (de novo Kevin Costner) e a sua namorada e colega de jornal, Lois Lane (Amy Adams), que a dada altura é usada por Lex Luthor. Quanto a Batman, incidência apenas em Alfred, o seu mordomo e amo, desta vez talvez ainda mais dado às invenções tecnológicas. De resto, tudo de novo, com especial destaque para Diana Prince, uma mulher misteriosa que se coloca no caminho de Batman mas que a dada altura revela a sua verdadeira identidade: Wonder Woman.

Expectativas altas

Do lado dos atores, a Warner não vai propriamente promover o filme em função do star power de Henry Cavill, Super-Homem, e de Ben Affleck, o homem-morcego. Cavill tem muito menos trabalho do que em Homem de Aço, onde tinha de fazer uma síntese da dualidade Clark Kent-Super-Homem. Aqui passa muito mais tempo em registo de expressão "séria" de... super--herói.

Se o filme não quer muito com o trabalho dos atores, que dizer de Ben Affleck? O ator que surpreendeu o mundo ao ter sido o escolhido para substituir Christian Bale na pasta parece limitar-se a cumprir cenas de ação e a desfilar a sua já conhecida cabotinice, só que desta vez com um lado emproado que chama em demasia a atenção. Também Amy Adams como Lois Lane e Diane Lane como figura maternal pouco ou nada têm para se agarrarem.

Numa altura em que os chamados "fãs" fazem o sucesso de filmes como este, o mercado mundial deposita muitas esperanças neste objeto, lançado simultaneamente com um aparato enorme. Só em Portugal, a distribuidora NOS Audiovisuais aposta em mais de cem salas, um lançamento ao nível do último Star Wars, com sessões especiais para os "fãs" em várias salas de multiplexes.

Neste fim de semana, o agressivo marketing conseguiu promover um evento em pleno Terreiro do Paço, em Lisboa, onde se apelava à concentração de super-heróis. Um esforço promocional significativo num país cujos filmes de super-heróis nem sempre funcionam bem (Deadpool foi a última exceção). Se depois do primeiro fim de semana não se tiver atingido os cem mil espectadores, é sinal de que os "fãs" não aprovaram...

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