As 10 lendas do samba

O reconhecimento que o samba conquistou ao longo dos 100 anos que hoje se assinalam muito se deve a estas personalidades.
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Tia Ciata (1854-1924)

O samba urbano nasceu das tias baianas, que migraram no final do século XIX para o Rio, fugidas da perseguição ao candomblé na Bahia. A Tia Ciata foi a mais influente: cozinheira e curandeira, recebia músicos para rodas de samba - Pelo Telefone nasceu em sua casa.

Pixinguinha (1897-1973)

Maior expoente do "choro", primo do samba, morreu numa igreja de Ipanema quando se preparava para apadrinhar um casamento. No "Bar A Portuguesa", onde passou os últimos anos, tem uma estátua, de largo sorriso no rosto e vestido de pijama, as suas imagens de marca.

Ary Barroso (1903-1964)

Além de locutor desportivo de sucesso, foi criador dos patrióticos "sambas exaltação", inaugurados com Aquarela do Brasil, e o autor mais cantado por Carmen Miranda. Esteve ainda na corrida ao Oscar de melhor música original em 1944, com Rio de Janeiro, do filme Brazil. Alcoólico, morreu aos 60 anos de cirrose.

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Cartola (1908-1980)

Considerado por boa parte dos críticos o maior nome do samba, ganhou estatuto de lenda após a morte, em 1980. Na adolescência, Angenor de Oliveira foi ajudante de pedreiro e usava um chapéu de coco para se proteger do cimento que caía - razão da alcunha.

Carmen Miranda (1909-1955)

O que é que a Baiana Tem e Tico-tico no Fubá tornaram--se sucessos globais na voz da luso-brasileira de Marco de Canaveses, vítima aos 46 anos de um ataque cardíaco. Chamavam-lhe "A Ditadora Risonha do Samba".

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Adoniran Barbosa (1910-1982)

Maior representante do samba paulista, Adoniran Barbosa retratou em Saudosa Maloca ou Trem das Onze o quotidiano dos imigrantes de São Paulo, como ele, um descendente de italianos de verdadeiro nome João Rubinato.

Noel Rosa (1910-1937)

Compositor e cantor, é considerado o responsável por levar o samba, nos anos 1920 e 30, à zona sul carioca, ou seja, à classe média. Boémio incorrigível, foi uma espécie de rock star no seu género até na hora da morte: morreu de tuberculose aos míticos 27.

Nelson Cavaquinho (1911-1986)

Representante do lado mais trágico do samba, os tristes Juízo Final, Rugas, Quando Eu Me Chamar Saudade, Folhas Secas ou Luto estão entre os seus êxitos, num total de mais de 600 composições.

Ivone Lara (1921-)

Matriarca do Samba ou Rainha do Samba, Dona Ivone Lara esgota todos os epítetos. Aos 95 anos, já foi interpretada (e reverenciada) por Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho ou Marisa Monte.

Bezerra da Silva (1927-2005)

O típico malandro carioca, embora nascido no Recife, foi detido dezenas de vezes por causa de pequenos delitos. Cantou essa malandragem em sambas como Malandragem Dá Um Tempo ou Malandro não Vacila em que os marginalizados das favelas eram os protagonistas.

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