Zonas com mais falta de médicos são Lisboa e Algarve

Decreto-lei com compensação financeira para fixar médicos durante cinco anos foi publicado. Cada médico deverá receber 21 mil euros.
Publicado a
Atualizado a

O decreto-lei que estabelece os incentivos financeiros para a fixação de médicos nas zonas carenciadas durante cinco anos foi publicado esta quinta-feira em Diário da República. Mas o que se poderia pensar ser uma ajuda para levar médicos para o interior virá afinal responder a faltas sobretudo nas zonas de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve. Medicina Geral e Familiar e anestesiologia são duas das especialidades mais carenciadas. Cada médico poderá receber 21 mil euros.

"As duas grandes áreas carenciadas são Lisboa e Vale do Tejo e Algarve. Há ainda falhas em zonas pontuais no centro e no Alentejo, sobretudo o Litoral. Mas de uma forma geral estas e o Norte não apresentam problemas", referiu ao DN fonte do Ministério da Saúde. São estas as linhas gerais do mapa de zonas carenciadas. Quanto a especialidades destacam-se "medicina geral e familiar, anestesiologia, médicos de cuidados intensivos e reumatologistas", disse a mesma fonte.

A seguir aos incentivos à colocação de médicos no interior será publicado o despacho com zonas e especialidades carenciadas. "A partir daí, os médicos que se queiram deslocar beneficiam destes incentivos. Por muito estranho que pareça aquilo a que chamávamos interior pode ser perto de Lisboa", acrescentou, dando o exemplo do Seixal ou de Santarém. Depois deste despacho, as zonas carenciadas passam a ser definidas anualmente, por estabelecimento de saúde e especialidade médica, no primeiro trimestre de cada ano.

Mas poderá ser ainda mais perto. Quando o ministério deu a conhecer as medidas, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo referiu numa nota que podiam contribuir para uma maior cobertura de médicos de família. Entre as zonas mais carenciadas estão Sintra, Alhandra, Alverca, entre outras. Nos hospitais da região as falhas também já são conhecidas. Nomeadamente nos hospitais Amadora-Sintra e Garcia de Orta. O hospital de Almada publicou esta semana um anúncio a pedir com urgência anestesistas. Admitem em tempo parcial ou total para urgência, atividade programada e suplementar. Com a possibilidade de um contrato individual de trabalho. Oferecem ainda alojamento gratuito.

O incentivo tem a duração de cinco anos. Começa em mil euros mensais, seis meses após a colocação passa para 500 e após um ano e até ao final será de 250 euros mensais. Dinheiro que terá de ser devolvido caso não seja cumprido o prazo dos cinco anos. Haverá ainda apoio na deslocação da família e para encontrar escola para os filhos.

Outro incentivo é a dispensa de autorização do serviço de origem para a transferência do cônjuge, no caso de trabalhador com vínculo de emprego público.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt