Zona entre Santos e Cais Sodré vai voltar ao serviço marítimo

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A Administração do Porto de Lisboa (APL) está a preparar um plano estratégico, a executar nos próximos 20 anos, cuja ideia central é devolver ao porto a actividade da marinha mercante. O plano deverá ser apresentado no próximo ano.

Uma das prioridades é separar as actividades de restauração e lazer das operações portuárias. A zona mais crítica situa-se "entre Santos e o Cais do Sodré", declarou ao DN o presidente da APL, Manuel Frasquilho. O antigo terminal da Transinsular vai voltar a ser operado para a actividade marítima. Manuel Frasquilho não quer que no perímetro destinado à actividade portuária se realizem concertos e festivais de cinema.

Dos planos da APL para o antigo cais da Transinsular consta a criação de uma nova carreira marítima de tráfego costeiro de mercadoria para embarcações de menor calado. Para a zona de Santos está igualmente planeada a criação de uma base para a marinha de recreio.

A Liscont, por seu lado, irá continuar a operar o terminal de contentores de Alcântara, tendo o Governo já afectado, no âmbito do Programa de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias (PIIP), uma verba para proceder ao alargamento do terminal operado pela empresa do Grupo Tertir.

No global, a melhoria das acessibilidades e modernização do sistema marítimo-portuário vai receber 395 milhões de euros. A construção de uma nova gare marítima para passageiros no Jardim do Tabaco está igualmente prevista no plano, para servir os navios de cruzeiro.

Manuel Frasquilho realçou que a actividade dos cruzeiros vai ser disciplinada e os navios passarão a atracar no terminal da Rocha Conde de Óbidos e em Santa Apolónia, onde será construída a nova gare. Com esta decisão, a APL e o Governo acabam com as dúvidas levantadas em torno da continuidade da actividade da Liscont em Alcântara, cujo terminal seria afectado aos navios de cruzeiro, nos planos de António Mexia, ex- -ministro dos Transportes, inserido no projecto de requalificação de Alcântara.

Carga cresce. Entre Janeiro e Maio deste ano foram movimentados 139 006 contentores (carga e descarga), menos 5,7% face a igual período do ano passado, quando foram operados 147 468 contentores. Em termos de mercadorias, foram movimentadas, no total dos cinco primeiros meses do ano, mais de 5,7 milhões de toneladas, contra 5,3 milhões em período homólogo, correspondendo a um acréscimo de 6,5%.

No período em análise, atracaram no porto de Lisboa 94 navios de cruzeiro, responsáveis pelo desembarque de 3143 passageiros e de 2755 passageiros embarcados. Atracaram ainda 90 navios de carga fraccionada, 691 de carga contentorizada, 15 de carga ro-ro, 301 de granéis sólidos e 157 navios de granéis líquidos. Até Maio, a APL registou um resultado líquido do exercício positivo superior a 2,4 milhões de euros.

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