Zelensky visitou catedral bombardeada por ataque russo em Odessa
"Volodymyr Zelensky inspecionou a destruição na Catedral da Transfiguração causada pelos recentes bombardeamentos russos em massa contra a infraestrutura civil e o centro histórico de Odessa", realçou, em comunicado, a presidência ucraniana.
O chefe de Estado ucraniano inteirou-se da "extensão da destruição da igreja e do seu estado atual", bem como das possibilidades de reconstrução, pode ler-se na mesma nota.
A maior catedral ortodoxa de Odessa, cujo centro histórico foi listado no início deste ano pela UNESCO como Património da Humanidade, foi danificada no domingo durante uma vaga de bombardeamentos das forças russas.
"O altar ficou completamente destruído e a estrutura de sustentação do prédio foi danificada", salientou a presidência ucraniana, na nota de imprensa.
Devido aos recentes ataques, Volodymyr Zelensky voltou a pedir um escudo aéreo para proteger todo o país dos mísseis russos, apelando à comunidade internacional para que não se habitue ao "terror" provocado por esses ataques.
"A Ucrânia precisa de um escudo aéreo completo: esta é a única maneira de derrotar o terror dos mísseis russos", realçou, lembrando que a Ucrânia já mostrou que é capaz de abater "até os mísseis russos de que os terroristas se gabavam".
Fundada há mais de 200 anos e destruída pelos soviéticos em 1936, a Catedral da Transfiguração foi reconstruída no início dos anos 2000 graças a doações. Em 2010, foi consagrada pelo Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill.
A estrutura está sob a Igreja Ortodoxa Ucraniana ligada ao Patriarcado de Moscovo, um ramo que cortou seus laços com a Rússia após a invasão de fevereiro de 2022.
O Kremlin negou ter alvejado este edifício, assegurando que a destruição foi causada por mísseis antiaéreos ucranianos, disparados para intercetar os mísseis russos que caíram sobre a cidade.
A Rússia tem atacado os portos ucranianos na região de Odessa, especialmente os terminais de exportação de cereais, numa base quase diária desde há uma semana.
Moscovo suspendeu em 17 de julho o acordo para exportação de cereais da Ucrânia através do mar Negro, que estava a vigorar há quase um ano, justificando a decisão com o bloqueio das sanções ocidentais às exportações dos seus produtos e fertilizantes agrícolas.
A Ucrânia é origem de percentagem significativa dos cereais que chegam, por exemplo, a países em África, e a União Europeia e a NATO acusam Moscovo de colocar em causa a segurança alimentar em grande parte do mundo.