Z de Zilian
Tudo começou há quatro anos. Madalena Beirão, originalmente formada em publicidade, e Duarte, o marido, fundaram a Zilian. O nome, a sugerir os «ziliões» de sapatos que toda a mulher gostaria de ter no seu armário, deu vida a um negócio que só em 2012 vendeu cerca de cinquenta mil pares. A ideia nasceu e cresceu sob a alçada do Grupo Mar, empresa com trinta anos de experiência em retalho na indústria da moda, a operar em sistema de franchising. Depois de diversos estudos e de percebida a necessidade de investir neste mercado tão específico, o grupo optou por criar uma marca própria, cem por cento nacional. A Zilian via assim a luz do dia, após um investimento inicial de um milhão e meio de euros. «Nasceu do zero pelas nossas mãos. Foi tudo pensado ao ínfimo pormenor e desde raiz. É uma paixão muito grande», garante a brand manager. E como a carateriza? «Encontrámos uma fatia intermédia, onde queríamos posicionar-nos: variedade, design e modelos que trouxessem uma componente trendy, com preços acessíveis.»
A primeira loja do projeto abriu em Lisboa, em 2008. Um ano depois, chegava ao Norte do país. A cidade de Braga surgiu como uma primeira oportunidade, pela «juvenilidade, moda e inovação» que ainda hoje evoca, explica Madalena. Seguiram-se os chamados Zilian Points, com artigos em lojas multimarca espalhadas por esse Portugal fora. Se a consolidação nacional chegou depressa, a expansão além-fronteiras também. Faz pouco mais de um ano que uma nova Zilian abriu em Madrid, mais propriamente na famosa Calle Goya. O feito representa o primeiro passo para a internacionalização da marca que ambiciona ir mais longe. Todo o conceito original foi importado diretamente de Portugal, desde os muitos modelos ao layout da loja e a inovadora disposição dos produtos - expostos em lineares organizados por tamanhos e cores, onde ambos os pés do par estão à vista, mas também por tipologia (aos botins seguem-se as botas, por exemplo). «Este é um sistema funcional e ajuda a cliente a identificar visualmente o seu objetivo», responde Madalena.
Mais truques da marca? A fabricação é limitada, para dar exclusividade a cada compra realizada e garantir o estilo próprio de qualquer mulher. Assim, os muitos sapatos reproduzem-se por um número contado de exemplares. De 15 em 15 dias entram nas lojas novos artigos. Ao todo são quatro as coleções por estação, apresentadas em temas mensais distintos. Para a próxima primavera-verão a marca pôs de lado o conceito dos últimos temas, em que os modelos eram mais masculinos e até andróginos, para dar lugar a designs bem femininos. Cores fortes e vivas, como turquesas e corais, vão coexistir com outras mais neutras (é o caso dos pastéis). E vai estar em voga o uso de diferentes materiais (cortiças, cordas, laminados ou pratas são bons exemplos).
Por enquanto, a marca dedica-se exclusivamente a satisfazer as necessidades das mulheres. «Há-de nascer o marido da Zilian», diz Madalena. E até já lançou uma edição da linha Mums & Kids, para crianças, cuja a continuidade em 2013 ainda está por ser confirmada. Com a crise a fazer-se sentir a nível nacional e internacional, houve mudanças no comportamento de quem compra, e isso sabe-o antes de mais quem vende de forma tão precisa como a Zillian. Ao invés de uma compra impulsiva, o cliente faz, hoje em dia, uma escolha pensada. Nesse sentido, a Zilian mudou a abordagem. «Temos vindo a adaptar a nossa coleção a essas necessidades, numa lógica de modelos que inspiram a confiança do cliente - aqueles sapatos nos quais vale a pena apostar.» Ainda 2013 mal se estreou e já a brand manager o batiza de «ano-desafio». Mas Madalena acredita: «Haverá sempre mais um sapato.»