Yolanda Sequeira: "Vou trabalhar para ser imbatível"

Nascida em Faro de pai português e mãe inglesa, Yolanda venceu a sua primeira prova da Liga Meo Surf, em Cascais. Um passo significativo na carreira da jovem surfista de 20 anos que assume o "orgulho" em representar Portugal no circuito de qualificação mundial enquanto membro de um quarteto de luxo
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Conquistou a sua primeira vitória na Liga em Cascais. Algo que perseguia há algum tempo...

Sim, há dois anos que perseguia este primeiro lugar, e sentia-me tão perto e tão longe. Tenho estado focada nos campeonatos, pelo que cheguei ao Guincho sem pressão. Depois, bastou passar um heat para ser vice-campeã, já que o título estava entregue [a Camilla Kemp]. Assim, não coloquei pressão em mim própria como aconteceu noutros campeonatos.

A pressão tem sido um fator condicionante este ano?

Acho que foi isso que me prendeu um bocado, mas para o final da época já consegui controlar melhor. Acho que passa tudo por arranjar estratégias para andar para a frente.

Yolanda Hopkins Sequeira, mas porquê Sequeira na Liga Meo e Hopkins na WSL [World Surf League]?

Sou portuguesa, nasci em Faro, filha de pai português e mãe inglesa. A minha mãe já vivia em Portugal há 15 anos, daí Yolanda Hopkins Sequeira. No início competia como Yolanda Hopkins e toda a gente pensava que era inglesa, pelo que comecei a inscrever-me como Sequeira na Liga. Mas mantive o Hopkins na WSL porque é mais fácil para os estrangeiros assimilar o Hopkins.

Apesar de esta vitória ser algo que perseguia há algum tempo, a vitória sobre a Carol Henrique foi surpreendente...

É verdade, não estava à espera. Até ao último momento: quando saí da água, pensava que tinha perdido, não sabia que o último score tinha sido importante. Mas estava literalmente chateada porque pensava que tinha perdido outra vez. Quando o speaker anunciou a nota, foi uma felicidade indescritível.

Mas parece que está num ano de surpresas. Ainda recentemente chegou à final do WQS de Newquay depois de eliminar a campeã mundial júnior [a taitiana Vahine Fierro]. Como foi esse episódio?

Foi diferente e muito bom. Normalmente, viajo com o meu treinador, mas como tenho família em Inglaterra, fui sozinha e estive sempre com eles, pelo que foi sempre divertido e sem qualquer pressão, mais uma vez. Fui surfando um heat de cada vez, sem pressão e acabei por chegar à final. Foi particularmente feliz porque tinha acabado de assinar um patrocínio de fatos e o chefe da marca foi assistir e viu-me chegar à final. O ideal teria sido ganhar, e ainda apanhei uma boa onda, mas houve poucas oportunidades e a minha adversária acabou por apanhar a outra onda boa que me faltava.

Como acha que está o surf feminino em Portugal?

Penso que tem estado a evoluir muito nos últimos anos. Eu, a Carol [Henrique], Camilla [Kemp] e Teresa [Bovalot] somos uma força que poucos países têm no circuito e sinto-me Muito orgulhosa de ser portuguesa e representar o meu país nestas circunstâncias.

E o que podemos esperar da Yolanda Hopkins Sequeira em 2019?

Podem esperar uma lutadora dedicada. Alguém que vai trabalhar para ser imbatível, afinal, é o que todas nós tentamos.

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