Xismen? Gesptsfl? Já nem o Brasil aceita qualquer nome

Cartório altera registo de criança de Piedro para Pietroe pai queixou-se na imprensa. No país há nomes para vários gostos.
Publicado a
Atualizado a

Reza a lenda que no Brasil houve um senhor chamado Um Dois Três de Oliveira Quatro e outro Tospericargerja, as primeiras sílabas dos nomes dos craques da seleção brasileira de 1970, Tostão, Pelé, Rivellino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho. Não é de estranhar: ainda neste mês, em Sorocaba, chegaram aos cartórios pedidos de registo dos nomes Xismen, em alusão aos heróis de banda desenhada X-Men, ou Alucard, que não é mais do que drácula de trás para a frente. E o registo de Sorocaba é só um exemplo.

Foi lá, nesta cidade de 1,3 milhões de habitantes, a 85 quilómetros de São Paulo, que um menino nascido Piedro se tornou Pietro para desgosto do pai. À TV Globo, o oficial do cartório sorocabano, Sebastião dos Santos Silva, contou que explicou ao pai que Piedro não existe em língua nenhuma. "Se ele queria o nome italiano é Pietro, Piedro está errado, não é nem Pedro nem Pietro, é um erro de ortografia nas duas línguas, o menino podia até ser alvo de bullying mais tarde", defendeu.

O pai, na primeira abordagem, acatou a sugestão do funcionário e deixou que o filho se chamasse Pietro mas semanas mais tarde arrependeu-se porque percebeu que o que ele queria mesmo era um filho Piedro. Mas agora já é difícil e moroso voltar atrás.

O caso tornou-se conhecido pelas queixas do pai e consequente divulgação na imprensa porque Piedro é uma ponta do icebergue de nomes estranhos no Brasil.

Sem política de restrição a nomes próprios no país, Eric Vieira, o presidente da comissão de direitos e prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, apela ao bom senso. "Mas como não há manual de bom senso, os conflitos acabam por entupir tribunais", reconheceu.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt