Wit inventa o futuro
Tudo começou em 2001, quando a Wit Software arrancou como uma spin-off, empresa que nasceu de um grupo de pesquisa da Universidade de Coimbra. Foi neste meio universitário que a veia tecnológica veio à tona e a empresa se começou a impor como uma referência na criação de novas soluções e no domínio das tecnologias emergentes. "Um pouco à semelhança da Google, investimos 25% do nosso tempo em soluções exploratórias e I&D aplicado", explica Luís Moura e Silva, professor da Universidade de Coimbra e CEO da empresa.
Nos últimos sete anos a empresa cresceu, e hoje conta já com mais de 50 colaboradores. As grandes inovações da Wit Software já vêm de longe e um dos maiores projectos foi lançado "há uns anos", no Canadá. O desafio implicava a integração com sete operadores móveis norte-americanos, para dar suporte à votação do programa de televisão "Idol", que estava no ar naquela altura. "Foi a primeira vez que foi feita uma votação por SMS com todos os operadores no Canadá. Esse serviço foi usado por milhões de utilizadores num curto espaço de tempo e teve requisitos de elevada performance, escalabilidade e disponibilidade", acrescenta Luís Moura e Silva.
Este ano, a Wit Software surpreendeu o mercado com uma tecnologia inovadora, a nível mundial, que permite a convergência entre os meios tecnológicos existentes: telemóveis, computadores pessoais e internet, bem como entre set-top boxes de televisão e consolas de jogos. Esta última combinação permite que espectadores ou aficcionados, comuniquem entre si sem terem de sair do sofá da sala.
"Por exemplo, para o computador pessoal desenvolvemos uma aplicação de software que oferece as funcionalidades de um telemóvel: permite fazer e receber chamadas de voz e vídeo, enviar e receber mensagens SMS e MMS e fazer a sincronização dos contactos do telemóvel. Além disso, integra os serviços de instant-messaging da internet (MSN, Yahoo, GoogleTalk, AIM, Skype), entre outras funcionalidades." Com esta tecnologia, o utilizador do PC pode fazer uso destes serviços usando o mesmo número de telemóvel, com a conveniência de usar o teclado do PC.
"Para os browsers da Internet desenvolvemos um plug-in (de encaixe) que permite ao utilizador enviar mensagens (SMS e MMS) para os telemóveis e iniciar chamadas de voz através de um click num número de telefone de uma página web", continua o professor acrescentando que com esta tecnologia é possível, de uma forma muito fácil, enviar para os telemóveis os vídeos e as imagens que são vistas na internet. "Nunca a convergência entre a internet e o telemóvel foi tão fácil."
Luís Moura e Silva espera que, no futuro, a comunicação possa existir e ser acessível em todo o lado. "Por vezes é preciso inventar o futuro e não ter medo de gastar tempo e dinheiro na prototipagem e validação de ideias visionárias." Mas apesar de ser um homem da tecnologia, o responsável assume que há coisas que são melhores à maneira antiga. "Se passassem a existir só comunidades virtuais o mundo deixava de ter piada."
A Wit Software abriu um escritório em San Jose, na California, em Julho de 2007 e está agora a apostar mais no Médio Oriente e no mercado norte americano, sem nunca perder de vista o continente europeu.
A tecnologia da empresa há muito que passou as fronteiras nacionais, e já é utilizada em países como Espanha, Alemanha, EUA, Áustria, Chile e outros destinos que, por enquanto, ainda estão no segredo dos deuses. "Há mais alguns países dos quais ainda não podemos falar nesta altura pois estamos em fase de trial (avaliação)."
A nível nacional a WIT Software já desenvolveu inúmeras soluções para a Vodafone Portugal, empresa com a qual mantém uma forte parceria desde o início de actividade. "Em dimensão, (o nosso maior cliente) é a Vodafone Global, o segundo maior operador do mundo, depois da China Mobile. Mas o nosso melhor cliente é a Vodafone Portugal, que é eventualmente um dos operadores do grupo com maior capacidade para colocar no mercado novas soluções num menor espaço de tempo."
Luís Moura e Silva considera que, apesar se Portugal ser um país pequeno, tem muito potencial no mercado tecnológico. "Temos algumas empresas de qualidade com muita apetência pelo domínio das tecnologias emergentes e com a ambição de marcar pontos no mercado global."
Para 2008, a empresa espera atingir todos os objectivos de facturação, expandir o negócio em mais países e preparar a construção da nova sede. "Começámos do zero e passo-a-passo fomos crescendo sem nunca recorrer a capitais externos ou a endividamento bancário. Em 2007 facturámos perto de dois milhões de euros, em 2008 vamos facturar três milhões."|