Wim Wenders e a necessidade de olhar sempre em frente

<em>Tudo Vai Ficar Bem</em>, Wim Wenders
Publicado a
Atualizado a

Depois de uma fase recente muito marcada por documentários (O Sal da Terra foi o último), Wim Wenders faz uma pausa e abre a janela à ficção. Entusiasmado com os benefícios do 3D, que avultou a experiência de Pina, em 2011, Wenders volta a encontrar nesse recurso um modelo de aproximação entre o espetador e a tela, defendendo os seus méritos na criação de uma maior intimidade dramática.

Foi assim que se viu o filme em antestreia no LEFFEST, mas não é assim que as salas de cinema o vão projetar. Apesar disso, outros apelos permanecem.

Veja o trailer:

[youtube:WRZdyzJo_So]

Tudo Vai Ficar Bem é o atravessar de alguns anos na vida de um escritor chamado Tomas (James Franco), depois do dia em que matou acidentalmente uma criança. Ao contrário do expectável, com este enunciado, o que resulta da exposição narrativa de Wenders não é um sentimento de angústia à espera de um momento de redenção (sugerido no título), mas sim um constante jogo de atmosfera, evidente nos pormenores de composição dos enquadramentos. Por sua vez, o compasso da música para piano de Alexandre Desplat favorece o arranjo de uma vulnerabilidade atraente.

Classificação: ***

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt