Wild Cup e Viva Cup: os campeonatos longe do mediatismo

Sem cobertura televisiva, como as grandes provas, são disputados "mundiais" para todas  as regiões e ilhas.<br />
Publicado a
Atualizado a

Em 2006, todas as atenções do mundo futebolístico estavam voltadas para Alemanha, que iria então receber o Campeonato do Mundo, conquistado, como se sabe, pela Itália e no qual Portugal foi afastado nas meias-finais pela França, selecção derrotada na final pelos transalpinos, na altura orientados por Marcelo Lippi.

Mas ao mesmo tempo que nos modernos estádios germânicos se disputava o Mundial da FIFA, a pequena FIFI (Federação Internacional de Futebol Independente) organizava no bairro de Saint Pauli, em Hamburgo, a sua primeira competição internacional.

Seis selecções responderam afirmativamente ao convite e durante alguns dias o Chipre do Norte, Zanzibar, Tibete, Gibraltar, Gronelândia e a anfitriã selecção de St. Pauli lutaram pelo título que sorriu aos cipriotas do norte. O mediatismo que esta invulgar competição conseguiu ter deixou as portas abertas para que este ano, novamente nas datas do Mundial, a competição se voltasse a repetir, tendo inclusivamente sido escolhida a Gronelânida como anfitriã da prova, que no entanto acabou, sem explicações, por não se realizar.

Com melhor nível de organização, a Viva Cup, impulsionada pela NF-Board (Nouvelle Fédération Board), realiza-se desde o ano de 2006, de duas em duas temporadas.

As regiões da Lapónia e da Padánia venceram as duas primeiras edições da Viva Cup, sendo que a prova deste ano, que se realizou entre 31 de Maio e 6 de Junho, disputada na ilha de Gozo, em Malta, os italianos da região da Padánia, da parte norte de Itália, revalidaram o título numa competição em que participaram ainda as selecções da Occitánia, da Ilha de Gozo, do Curdistão, Sicília e Provença.

Além destas duas competições mais mediáticas fora do âmbito da FIFA, existem outros torneios semelhantes, que se realizam com uma cadência não tão regular.

Em 2005 realizou--se na Holanda, a Taça UNPO organizada pela UNPO (Organização de Nações e Povos Não Representados) e que teve como vencedor as Ilhas Molucas.

No ano seguinte, disputou-se a Taça ELF organizada pela Federação de Futebol Turco-Cipriota, disputada no Chipre do Norte, e que contou com a presença de apenas oito equipas.

Referência ainda para os Jogos das Ilhas, uma organização da NF-Board, com participação de vários arquipélagos mundiais sem soberania, e para Europeada um torneio de futebol para povos indígenas e minorias na Europa, organizado pela União Federal de Nacionalidades Europeias.

Ainda assim, nenhuma destas competições paralelas coloca em causa o Mundial de futebol da FIFA, certame que movimenta as grandes vedetas e os muitos cifrões da publicidade.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt