Web Summit Lisboa: já há hotéis esgotados

Participação será a maior de sempre no evento de inovação e startups, que se muda de Dublin e se estreia em novembro em Portugal. Já há três hotéis sem vagas
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As 140 pessoas da organização do Web Summit continuam baseadas em Dublin, na Irlanda, mas é para Lisboa que estão a trabalhar. A capital portuguesa está a preparar-se a todo o gás para receber em novembro o maior evento de inovação, startups e empreendedorismo do mundo, e até agora os dados são relevantes: já estão inscritos 30 mil participantes de 150 países, segundo explica ao DN Eleanor Mc Grath, diretora de comunicação da organização. É um dado interessante, "por comparação com as 1300 pessoas de 19 países que tínhamos registado na mesma altura para a edição de 2015."
Com cofinanciamento do Turismo de Portugal, Turismo de Lisboa e AICEP (1,3 milhões de euros), a estreia do evento em Portugal espera um recorde de participação, 50 mil pessoas, sendo que já há três hotéis esgotados. "Teremos 500 oradores, mil investidores das maiores firmas de capital de risco do mundo e mais de mil jornalistas das maiores publicações do globo", indica Mc Grath. "Começámos há seis anos com 400 participantes em Dublin, por isso é súper excitante ver isto crescer tanto este ano", confessa. A organização está mesmo a contratar para o escritório em Dublin, tendo várias vagas abertas.

Entre os participantes já confirmados estão personalidades tão díspares como o chairman executivo da Cisco, John Chambers, o diretor de tecnologia da Coca-Cola, Alan Boehme, a vice-presidente de marketing da Swarovski, Joan Ng ou os ilustres do futebol Luís Figo e Rui Costa.
"A vinda do Web Summit trouxe, sem dúvida, um reconhecimento para Lisboa como uma das capitais tech da Europa", afirma ao DN Stephan Morais, administrador da Caixa Capital, que dará apoio ao evento. O responsável indica que muitos dos investidores "virão pela primeira vez a Portugal", mas sublinha que grande parte dos principais investidores europeus na calha já costumam vir aos eventos da Caixa Capital e a reuniões com as empresas do seu portfólio. "É uma grande oportunidade de cimentar a nossa reputação e atrair talento e startups estrangeiras para se estabelecerem no nosso país", refere ainda, acrescentando que a Caixa acredita que "surgirão muito boas oportunidades de coinvestimento fruto do evento."

Oportunidade para o turismo

A maior parte das atividades irá decorrer entre a Meo Arena e a FIL, no Parque das Nações, mas há muitos eventos planeados para dinamizar o networking e dar a conhecer Lisboa, desde a Baixa ao Bairro Alto e ao Marquês de Pombal. Eleanor Mc Grath refere que, no ano passado, o Summit teve 20 palcos diferentes, sendo que para Lisboa já estão definidos 14 - como Design, Música e HealthTech. "Como sempre, vamos organizar uma série de eventos fora dos palcos e eventos no Night Summit, e iremos divulgar os detalhes nos próximos dois meses", refere. "Haverá algo para toda a gente ao longo da semana."

Da lista de 12 hotéis oficiais associados ao evento, três já estão com lotação esgotada - Florida, Ibis Parque das Nações e Sana Epic Lisbon. Mas o maior impacto que se espera na hotelaria com esta invasão ainda está para vir. Segundo revelou em junho a Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), mais de um terço dos hotéis da cidade ainda não recebeu reservas para o evento, que decorre na semana de 7 a 10 de novembro.

Em parte, isso pode explicar-se pela ascensão de sites e aplicações que permitem reservar alojamento fora do circuito normal, com o Airbnb à cabeça. A versão portuguesa do portal de reservas em casas particulares já tem mais de dez mil alojamentos registados só em Lisboa, e há outras opções, como o HomeAway. "Este evento, pela sua dimensão e natureza, tem impactos estruturais no local onde se realiza, enquanto destino turístico e não só", referiu ao DN Vítor Costa, diretor geral da Associação Turismo de Lisboa. "Além deste impacto a nível do posicionamento de Lisboa haverá um retorno direto importante na dinamização de toda a oferta, designadamente da restauração e alojamento."

Mas esses efeitos poderão ser vistos mais em cima da hora que o que se previa. A "task force" que foi criada para dinamizar o evento na capital é integrada pela AICEP, Turismo de Portugal e Turismo de Lisboa, sendo que a Câmara Municipal de Lisboa dá apoio institucional.

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