Washington anuncia uma nova era na relação com a ONU

"Vamos anotar os nomes" de quem não nos apoia, advertiu ainda a nova embaixadora dos EUA para a ONU
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A nova embaixadora norte-americana junto da ONU, Nikki Haley, anunciou hoje que a relação dos Estados Unidos com aquela organização internacional vai entrar numa nova fase, bem como advertiu os países que critiquem o posicionamento de Washington.

"Para aqueles que não nos apoiam, vamos anotar nomes. Vamos assegurar que iremos responder a isso de forma adequada", afirmou Nikki Haley, nas suas primeiras declarações aos jornalistas na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

A representante insistiu que os Estados Unidos vão "mostrar a força [do país]" na ONU e afirmou estar pronta para acabar com as coisas que Washington considera "obsoletas ou desnecessárias" dentro da organização, que desde 1 de janeiro tem como secretário-geral o português António Guterres.

"Existem uns novos Estados Unidos na ONU. (...) Vão existir mudanças na nossa forma de trabalhar", adiantou Haley, minutos antes de apresentar as suas credenciais diplomáticas a António Guterres.

"Mostrar a nossa força, a nossa voz, apoiar os nossos aliados e garantir que os nossos aliados também nos apoiam", disse a ex-governadora do Estado da Carolina do Sul sobre o plano da nova administração norte-americana para as Nações Unidas.

Sobre as informações que apontam que a Casa Branca está a preparar importantes cortes nas contribuições financeiras para a ONU, Haley disse que tem a missão de analisar em pormenor o funcionamento da organização.

"Tudo aquilo que funciona, vamos melhorá-lo. Aquilo que não funciona, vamos corrigi-lo. E aquilo que parecer obsoleto ou desnecessário, será extinto", assegurou.

O novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse na passada sexta-feira, tem sido muito crítico em relação às Nações Unidas, apontando o dedo à alegada falta de eficácia da organização internacional.

Antes de assumir a Casa Branca, Trump escreveu na sua conta oficial na rede social Twitter que apesar do seu "grande potencial" a ONU tornou-se "apenas um clube para as pessoas se juntarem, conversarem e passarem um bom bocado".

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"Tão triste!", acrescentou na mesma altura.

No início de janeiro, fontes oficiais da ONU informaram que Trump e Guterres tinham conversado por telefone, numa "discussão muito positiva" sobre as relações do país com a organização.

Este contacto telefónico ocorreu após as duras críticas emitidas por Trump na sequência da resolução sobre os colonatos israelitas em territórios palestinianos ocupados, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONUcom a decisiva abstenção dos Estados Unidos.

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A resolução exigiu o fim "imediato" da política de colonatos israelita em Jerusalém Oriental, bem como nos territórios ocupados da Cisjordânia.

Os Estados Unidos são o país que fornece mais fundos para o funcionamento das Nações Unidas, para além acolher a principal sede da organização, em Nova Iorque.

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