W52-FC Porto está entre as equipas inscritas na Volta a Portugal

Dragões inscritos apesar de oito dos seus 11 ciclistas estarem suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) no âmbito da operação Prova Limpa.
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A W52-FC Porto está entre as 19 equipas inscritas na 83.ª Volta Portugal, apesar de oito dos seus 11 ciclistas estarem suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) no âmbito da operação Prova Limpa, foi confirmado esta sexta-feira.

Os dragões constam da lista de inscritos divulgada esta sexta-feira pela organização, na apresentação, nos Paços do Concelho, em Lisboa, da 83.ª edição da prova, que decorre entre 04 e 15 de agosto, entre Lisboa e Gaia.

Oito ciclistas e dois elementos do staff da W52-FC Porto foram suspensos preventivamente na sexta-feira passada pela ADoP no âmbito da operação Prova Limpa.

Os corredores, assim como os membros do staff, estão suspensos preventivamente durante 120 dias, um período que pode ser prolongado "dada a complexidade do processo".

No sábado, a identidade de seis desses ciclistas foi conhecida quando os mesmos foram impedidos de alinhar na terceira etapa do Grande Prémio Douro Internacional, que acabou por ser conquistado por José Neves, o único representante da equipa que continuou em prova.

Foram afastados Ricardo Vilela e José Gonçalves, além de quatro antigos vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que herdou a vitória na edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, do também dragão Raúl Alarcón.

Além dos ciclistas que alinhavam no GP Douro Internacional, a W52-FC Porto conta ainda nas suas fileiras com Amaro Antunes, três vezes vencedor e bicampeão em título da Volta (2021, 2020 e 2017), Samuel Caldeira, Daniel Mestre e Jorge Magalhães.

No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação Prova Limpa, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.

"A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP", detalhou a PJ, em 24 de abril.

A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da Volta a Portugal, mas os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, foram-lhe retirados também por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas".

A inédita ascensão ao Observatório do Parque Eólico de Vila Nova e a incursão em Espanha destacam-se no percurso, apresentado esta sexta-feira, da 83.ª Volta a Portugal, mais 'pobre' em chegadas em alto e refém da incógnita W52-FC Porto.

A apresentação tardou, mas o percurso da 83.ª edição, que entre 4 e 15 de agosto vai ligar Lisboa a Gaia, num total de 1.559,7 quilómetros, foi esta sexta-feira finalmente revelado nos Paços do Concelho de Lisboa, com a prova a expandir fronteiras e abrir-se a outro tipo de ciclistas, abdicando da dureza de outros anos, ao prever só três chegadas em alto: a Torre aparece logo à terceira etapa, antecedendo a desconhecida subida ao ponto mais alto de Miranda do Corvo (5.ª etapa) e a tradicional Senhora da Graça, escalada na véspera do crono final.

A organização suavizou o traçado - os ciclistas enfrentarão 26 contagens de montanha, menos sete do que no ano passado -, desenhou cinco etapas para sprinters e deixou os candidatos à sucessão de Amaro Antunes, o bicampeão em título cuja participação está em dúvida devido à novela W52-FC Porto, com menos terreno para fazerem a diferença, já que, além das etapas de montanha e do contrarrelógio, só a chegada à Braga, depois da subida ao Sameiro, pode relevar-se complicada.

As primeiras pedaladas do modesto pelotão, novamente desprovido de equipas do WorldTour, mas com os dragões entre os inscritos, serão dadas a 4 de agosto, no curto e explosivo prólogo de apenas 5,4 quilómetros, com partida e chegada à Praça do Império, perto do Centro Cultural de Belém, responsável por atribuir a primeira amarela.

A primeira etapa marcará o início de uma viagem por paragens seguramente quentes, ligando Vila Franca de Xira a Elvas, ao longo de 193,5 quilómetros tendencialmente planos, antes do salto dos ciclistas para Espanha.

Muito criticada em anos anteriores pela falta de originalidade do percurso, e pela sua excessiva concentração no Norte/Interior, a organização respondeu nesta edição com Badajoz, ponto de partida da segunda tirada, que acabará em Castelo Branco, 181,5 quilómetros depois.

Às duas oportunidades para sprinters segue-se a primeira para trepadores: domingo, 07 de agosto, é de dia de etapa rainha da Volta a Portugal, com o ponto mais alto de Portugal continental a coroar uma jornada de 159 quilómetros a partir da Sertã, cuja única verdadeira dificuldade é a contagem de categoria especial que coincide com a meta instalada na Torre.

Após o primeiro tira-teimas entre favoritos, os homens rápidos têm novamente uma etapa para brilhar, nos 169,1 quilómetros entre a Guarda e Viseu, onde o pelotão descansará a 9 de agosto, antes de rumar ao centro do país e à surpresa desta edição.

Além da chegada ao Observatório do Parque Eólico de Vila Nova, no concelho de Miranda do Corvo ser inédita na história da prova, o final da etapa, que começa na 'regressada' Mealhada (há 44 anos que estava ausente) 165,7 quilómetros antes, vai ser exigente e proporcionar uma subida na Serra da Lousã com cerca de 10 quilómetros e uma pendente média de inclinação de 9%, que culmina numa contagem de montanha de primeira categoria.

Seguem-se, em 11 de agosto, 159,9 quilómetros a rolar, entre Águeda e a Maia, com Santo Tirso a acolher este ano a partida da sétima tirada, que acaba em Braga, passados 150,1 quilómetros, já depois da subida ao Sameiro, uma segunda categoria instalada a menos de 10.000 metros da meta.

Também Viana do Castelo trocou de papel nesta edição, acolhendo o início da oitava etapa, que termina em Fafe, decorridos 182,4 quilómetros, com o empedrado inclinado da chegada a poder ser atacado quer por homens rápidos, quer por 'puncheurs'.

A Senhora da Graça volta a aparecer no percurso na penúltima etapa, em 14 de agosto, um domingo, com os 174,5 quilómetros a partir de Paredes a prometerem espetáculo: antes da subida final ao ponto mais alto do Monte Farinha, os corredores enfrentam outras duas contagens de primeira categoria, na Serra do Marão e no Barreiro.

Mas, será o contrarrelógio do último dia, desenhado nas margens do Douro, entre o Porto e Gaia, no total de 18,6 quilómetros, a decidir o vencedor.

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