Voluntários unem exercício físico e recolha de lixo no Monsanto 

A iniciativa promovida por DN/JN/TSF com apoio da Tabaqueira, juntou dezenas de pessoas que dedicaram a manhã de domingo a limpar a mata do parque lisboeta. "Apanhámos muito lixo", diz uma das participantes.
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À primeira vista, a palavra plogging pode parecer estranha, mas o seu significado não é mais do que a junção de jogging (corrida) com picking (recolha). Trata-se de uma atividade que alia a prática de exercício físico à recolha de lixo, numa missão com o objetivo central de contribuir para um mundo mais verde. A iniciativa Bravos Heróis, organizada por DN/JN/TSF com apoio da Tabaqueira e da Câmara Municipal de Lisboa, desafiou no domingo dezenas de pessoas a fazer um percurso no Parque Florestal do Monsanto e a recolher o lixo espalhado pela mata. No final, ainda houve tempo para uma aula de dança com vista para o rio Tejo. "Esta ação vai já na sua terceira edição e integra um conjunto de iniciativas, que inclui, entre outros, a proteção do ambiente e das florestas", contextualiza Marcelo Nico, diretor-geral da Tabaqueira.

Desde crianças de colo a reformados, todos puderam participar nesta ação ambiental que conseguiu, em pouco mais de 1h30, encher mais de três contentores de lixo, contribuindo com uma "preciosa ajuda" para a gestão daquele que é tido como o pulmão de Lisboa. "Temos uma empresa de manutenção que faz a limpeza, mas o parque tem 900 metros quadrados e não é possível chegar a todo o lado. A ajuda deste tipo de atividades é muito importante para a limpeza do interior da mata", explica ao DN Anabela Ramos, da Divisão Municipal da Estrutura Verde, do Ambiente e Energia.

A responsável detalha que os serviços da Câmara Municipal de Lisboa procuram promover diversas ações de voluntariado ambiental, que vão desde a limpeza dos espaços naturais à recuperação de mobiliário urbano. "O parque tem muitas potencialidades, por isso gostamos de complementar as ações de voluntariado com atividades lúdicas para as pessoas se divertirem", afirma. Neste domingo solarengo, o percurso pelo Monsanto terminava com a entrega do lixo e com a participação numa aula conjunta de dança, que animou quem participava e quem por ali passava naquela manhã.

Mas porque o caminho rumo à sustentabilidade não se faz sozinho, do lado da indústria Marcelo Nico adianta que, até 2025, a Philip Morris International está comprometida "em alcançar a neutralidade carbónica em todas as nossas operações diretas e, até 2040, em toda a cadeia de valor a nível global". Para isso, a empresa investiu já 15 milhões de euros na modernização das suas instalações fabris.

Entre as dezenas de Bravos Heróis contavam-se miúdos e graúdos com um objetivo em comum: aliar a diversão ao voluntariado ambiental. As irmãs Maria Manuel Albuquerque e Maria Gabriela Pinto da Silva, ambas com mais de 65 anos, decidiram participar na iniciativa também pela componente ligada ao exercício físico. "Viemos também pela natureza e pela parte ecológica", atesta Maria Manuel, ainda ofegante no final de uma intensa aula de dança. "Fiquei estupefacta porque esperava encontrar mais lixo aqui no Monsanto", diz Maria Gabriela.

Já a professora de educação física Teresa Paula aproveitou a oportunidade para desafiar alguns dos seus alunos a participarem. "Achei que era uma forma de trazer miúdos que normalmente não vão a estes sítios e pô-los a fazer coisas diferentes do habitual", revela, acrescentando que "foi maravilhoso". "Apanhámos muito lixo, até toalhas, garrafas e bolsinhas de higiene", lamenta, reconhecendo, no entanto, que "existe hoje um bocadinho mais de consciência, mas ainda há muito por fazer".

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