Volkswagen recruta 100 pessoas para centro digital em Portugal

Grupo automóvel alemão terá 300 pessoas na área tecnológica até ao final do ano. Em finais de 2023 equipa irá contar com pelo menos 450 trabalhadores
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Desde o final de 2018 que o grupo Volkswagen tem um centro digital em Portugal. No final do ano passado, a Volkswagen Digital Solutions (VWDS) contava com 200 pessoas para desenvolver novas soluções tecnológicas para este gigante automóvel alemão e este ano a equipa voltará a ser reforçada com a entrada de mais 100 elementos, para uma equipa total de 300 trabalhadores.

Os perfis procurados pelo centro digital cobrem áreas como gestores e designers de produto, programadores de software e várias posições de suporte. A VWDS conta com três unidades de desenvolvimento em Portugal: o centro de desenvolvimento de software (SDC:LX), o espaço digital para a marca MAN (MDH) e ainda os serviços de gestão de aplicações (AMS).

O centro de desenvolvimento de software está focado em produtos para os consumidores em várias áreas do grupo. É neste local que está a ser construído software que permite aos vendedores gerir todo o processo de encomenda de um automóvel, desde a configuração até à entrega ao cliente. O espaço digital para a MAN desenvolve soluções tecnológicas para a área da logística e do transporte de veículos comerciais, o que permite recolher dados sobre a condução dos motoristas e encontrar formas de os tornar mais eficientes para o ambiente e para a longevidade dos camiões.

Na unidade AMS são criadas plataformas para ajudar os serviços móveis da unidade de automóveis ligeiros do grupo. Este departamento também ajuda a secção de compras da Volkswagen a reduzir custos. No futuro, esta unidade vai também desenvolver software.

Todas as soluções desenvolvidas em Portugal acabam por ter impacto no desempenho dos mais de 500 mil trabalhadores do grupo a nível mundial. O fabricante alemão está a transformar-se cada vez mais numa empresa tecnológica.

O talento, o crescimento da comunidade tecnológica, a qualidade de vida e o nível de formação das universidades levaram a Volkswagen a reforçar a aposta em Portugal. No seu centro digital, os 200 trabalhadores são de 16 nacionalidades: além de portugueses, há funcionários da Sérvia, Brasil, Irlanda, Roménia, África do Sul e Índia. As mulheres representam um quarto da equipa, que mistura talentos mais jovens com perfis mais experientes.

E foi o desempenho da equipa em Portugal que convenceu os responsáveis na Alemanha a alargar a equipa nos próximos três anos, que terá pelo menos 450 elementos até ao final de 2023. Ou seja, depois deste ano, haverá mais 150 pessoas a juntarem-se à equipa tecnológica.

Quando o grupo anunciou a criação do centro digital, estava previsto que a equipa contasse com 300 elementos até ao final de 2020. "A primeira fase de vida da Volkswagen Digital Solutions exigiu alguma adaptação e mesmo organização estrutural interna, que só se consolidou mais tarde. A partir dessa altura tivemos as condições para recrutar de forma mais consistente, proporcionando assim a melhor experiência para as pessoas que se têm juntado à empresa", refere ao Dinheiro Vivo a responsável de talento da empresa, Teresa Relvas. No último ano, a VWDC acelerou o recrutamento e contratou mais 80 pessoas.

Com três escritórios digitais em Lisboa, o centro digital ainda está indeciso sobre o futuro do trabalho presencial depois da pandemia. "Estamos a ouvir a equipa, para depois decidir qual o regime mais interessante para o nosso talento. A pandemia veio questionar o funcionamento e objetivo de um espaço físico e estamos, todos juntos, a definir a nossa estratégia de futuro."

O que faz a concorrência alemã?

BMW aposta em parceria

Entre 2018 e 2019, a BMW abriu as portas do centro tecnológico em Portugal. Em parceria com a Critical Software, o grupo alemão criou a Critical TechWorks, focada em tecnologias para os clientes e a condução autónoma. Até ao final deste ano, esta empresa irá contar com um total de 1400 pessoas, que estarão a desenvolver novas aplicações para a BMW e a Mini, além de darem apoio a uma unidade na Alemanha dedicada à condução autónoma.

Mercedes chegou primeiro

A Mercedes arrancou com o centro tecnológico português em 2017, desenvolvendo soluções tecnológicas de marketing e vendas. Tal como a Volkswagen, vai contratar 100 pessoas ao longo deste ano, elevando a equipa para 300 pessoas. No final de 2018, a dona da marca de Estugarda criou ainda o hub tecnológico tb.lx. A unidade dedicada aos veículos pesados cria soluções para uma logística mais amiga do ambiente e também está ligada à fábrica de camiões Fuso, instalada no Tramagal. Até ao final deste ano, a tb.lx passsará dos 50 para 70 funcionários.

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