Como é que começou esta história? O que interessa é Júlio Verne. No final do século XIX, o escritor francês ficcionou que era possível dar a volta ao mundo em 80 dias..Um século depois, os franceses inventaram o Troféu Júlio Verne. Conquista-o quem der a volta ao mundo à vela em menos de 80 dias. O barco tem de ser à vela; a linha de partida (e de chegada) é à entrada do canal da Mancha; e a equipa terá de passar a sul dos três grandes cabos, Por esta ordem: Boa Esperança (África do Sul), depois o Leeuwin (Austrália) e finalmente o Horn (Chile)..O francês Bruno Peyron tornou-se em 1993 o primeiro detentor o troféu: tinha dado a volta ao mundo à vela em 79 dias, seis horas, 15 minutos e 56 segundos..Como está hoje esse recorde? Isso é o impressionante nesta história: está em metade da marca de Peyron em 1993. Em 2017, Francis Joyon circum-navegou o globo em 40 dias, 23 horas, 30 minutos e 30 segundos. Nunca ninguém, navegando à vela, tinha feito isto tão depressa. Velocidade média: 26,8 nós (49,6 km/hora). Joyon esmagou o anterior recorde por cinco dias. O que mudou, então?.A invenção veio da nação mais velejadora do mundo, a Nova Zelândia. Os kiwis espantaram o mundo náutico em 2013, na Taça América, com um catamarã que em vez de cortar as águas, na verdade, planava sobre elas. Conseguiram-no equipando o barco com patilhões (aquelas placas verticais colocadas debaixo dos cascos) em forma de J - os foils..A náutica passou a aeronáutica. Os foils têm o efeito nos barcos que os flaps têm nos aviões: fazem-nos levantar. Com o casco completamente fora da água, o atrito quase desaparece; a velocidade aumenta brutalmente. Há multicascos atualmente a velejar mais de 90 km/h..Quem olha fascinado para isto tudo é um velho sir britânico de 80 anos. Em 1968, Robin Knox-Johnston tornou-se o primeiro navegador solitário a fazer a volta ao mundo à vela. Fê-lo em 312 dias. A lentidão do seu pequeno veleiro de nove metros só o preocupou quando o uísque a bordo esgotou. Hoje esse não seria um problema.
Como é que começou esta história? O que interessa é Júlio Verne. No final do século XIX, o escritor francês ficcionou que era possível dar a volta ao mundo em 80 dias..Um século depois, os franceses inventaram o Troféu Júlio Verne. Conquista-o quem der a volta ao mundo à vela em menos de 80 dias. O barco tem de ser à vela; a linha de partida (e de chegada) é à entrada do canal da Mancha; e a equipa terá de passar a sul dos três grandes cabos, Por esta ordem: Boa Esperança (África do Sul), depois o Leeuwin (Austrália) e finalmente o Horn (Chile)..O francês Bruno Peyron tornou-se em 1993 o primeiro detentor o troféu: tinha dado a volta ao mundo à vela em 79 dias, seis horas, 15 minutos e 56 segundos..Como está hoje esse recorde? Isso é o impressionante nesta história: está em metade da marca de Peyron em 1993. Em 2017, Francis Joyon circum-navegou o globo em 40 dias, 23 horas, 30 minutos e 30 segundos. Nunca ninguém, navegando à vela, tinha feito isto tão depressa. Velocidade média: 26,8 nós (49,6 km/hora). Joyon esmagou o anterior recorde por cinco dias. O que mudou, então?.A invenção veio da nação mais velejadora do mundo, a Nova Zelândia. Os kiwis espantaram o mundo náutico em 2013, na Taça América, com um catamarã que em vez de cortar as águas, na verdade, planava sobre elas. Conseguiram-no equipando o barco com patilhões (aquelas placas verticais colocadas debaixo dos cascos) em forma de J - os foils..A náutica passou a aeronáutica. Os foils têm o efeito nos barcos que os flaps têm nos aviões: fazem-nos levantar. Com o casco completamente fora da água, o atrito quase desaparece; a velocidade aumenta brutalmente. Há multicascos atualmente a velejar mais de 90 km/h..Quem olha fascinado para isto tudo é um velho sir britânico de 80 anos. Em 1968, Robin Knox-Johnston tornou-se o primeiro navegador solitário a fazer a volta ao mundo à vela. Fê-lo em 312 dias. A lentidão do seu pequeno veleiro de nove metros só o preocupou quando o uísque a bordo esgotou. Hoje esse não seria um problema.