A NAU de Elisa Ferraz avançou com força contra o "seu" ex-PS

Elisa Ferraz rompeu com o PS e concorreu com o Nós Avançamos Unidos (NAU). Reconquistou a presidência da Câmara
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"Nós Avançamos Unidos" (NAU), o movimento liderado pela anterior presidente socialista de Vila do Conde, Elisa Ferraz, estava a liderar nos resultados do concelho quando faltavam ainda 8 freguesias em 21 por apurar, exibindo 49,26% dos votos, a uma distância então confortável do PS que tinha 30,90%. A terceira força política passou a ser a coligação PPD/PSD/CDS-PP, com 12,98% dos votos (isolado o PSD conseguiu um melhor resultado em 2013, com 26,60% dos votos, tendo sido então a segunda força política a seguir ao PS). À hora do fecho da edição, parecia claro que Elisa Ferraz, a ex-socialista que entrou em rutura com o partido ia assegurar mais um mandato na autarquia.

A rutura com o PS, que governava no concelho desde o 25 de Abril, não lhe saiu cara. Ferraz esteve 16 anos no poder, primeiro como vereadora e depois como vice-presidente do histórico autarca do PS Mário Almeida, até chegar à presidência da câmara por mérito próprio em 2013 com 48,02% dos votos.

António Caetano, que era vice-presidente da câmara no anterior mandato e foi o cabeça de lista pelo PS, confiava que os eleitores de Vila do Conde valorizassem os mais de 40 anos de poder socialista. "O projeto do PS é largamente validado e sufragado desde 1976 e acrescentou qualidade de vida aos vilacondenses", declarou António Caetano ao DN, na edição de 18 de agosto.

Elisa Ferraz reivindicava para si o mérito do trabalho feito na autarquia. Recordou então que Vila do Conde foi "um dos municípios exemplares" a sair do PAEL (Programa de Apoio à Economia Local), senha para um programa de resgate financeiro, que impôs constrangimentos.

Aos 67 anos, Elisa Ferraz, licenciada em Química, prometeu no seu programa eleitoral diminuir a dívida da autarquia , manter boas contas municipais, liquidar o Programa de Apoio à Economia Local, pagar atempadamente a fornecedores e baixar a carga fiscal de famílias e empresas.

Como o DN constatou em reportagem no concelho, nem tudo são rosas no município que foi um bastião socialista. A oposição feita de sociais-democratas e centristas, comunistas ou bloquistas, elencou problemas e falhas várias no concelho: que há lugares sem saneamento básico, uma rede viária deficiente e que os impostos são altos, por exemplo. A CDU, através de Pedro Martins, falou na necessidade de "eliminar a assimetria entre as freguesias e a sede de concelho". Constantino Silva, que liderou a coligação PSD-CDS, também falava no período da campanha de uma "assimetria enorme". "A cidade tem qualidade de vida, está muito bonita, mas nas freguesias falta tudo", apontou.

Elisa Ferraz também fez várias promessas que terá agora oportunidade de cumprir. Reconheceu que é preciso resolver "o problema grave" da rede viária no município, facilitando a "mobilidade interfreguesias" e abrindo vias que fazem parte do plano diretor municipal. Insistiu muito num ponto fundamental para si: as "contas saudáveis" da autarquia, que são para manter. "É preciso continuar a investir, partir para projetos que não comprometeram a saúde financeira do município". Disse ainda que queria manter uma "gestão de proximidade" que contemple as "questões sociais" e as "necessidades das famílias"

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