Vício de Fábio Assunção está a emocionar o Brasil
Novela. Dependência de drogas levou actor a clínica de recuperação nos EUA
O famoso actor, que já participou em 13 novelas da Globo e é o principal nome masculino de Negócio da China, acaba de ser afastado por uso de cocaína. A sua personagem sairá de cena no capítulo que vai ao ar, no Brasil, no dia 27 deste mês.
A Globo emitiu uma nota oficial sobre a questão e o próprio actor, de 37 anos, escreveu, sobre sua saída: "Que Deus ilumine meus passos na minha recuperação, com a confiança de que o mais breve possível estarei de volta para esse público que tanto amor me dá."
Segundo relatos, Fábio não se conseguiu livrar do vício da cocaína e passava as noites sem dormir de forma natural. Para dormir, tomava remédios e, com isso, não conseguia acordar e atrasava-se para as gravações. Como cada capítulo de novela tem um custo aproximado de cem mil euros por dia, qualquer atraso de Fábio gerava problemas para a Globo. Além disso, o actor por duas vezes não compareceu no programa matinal de Ana Maria Braga, na TV Globo - sendo isso grave, pois a Globo exige que seus actores prestigiem programas de entretenimento do canal, pois isso atrai o público.
Antes de Negócio da China, Assunção participou na novela Paraíso Tropical e, em seguida, foi afastado pouco antes de iniciadas as gravações de A Favorita - o seu papel está a ser desempenhado, com brilho, por Murilo Benício. O facto mais grave ocorreu em Janeiro deste ano, quando foi apanhado a comprar cocaína, em São Paulo. O traficante foi preso e o actor libertado pouco tempo depois, mas chegou a ser algemado. A seguir, o actor partiu para recuperação nos EUA, assumindo agora o principal papel de Negócio da China, por se acreditar que já vencera o vício de drogas.
A sua personagem será afastado, mediante artifícios da produção, mas não morrerá. Assim, até poderá retornar nos últimos capítulos da trama de Miguel Fallabela. No seu lugar entrará Thiago Lacerda.
A revista Veja cita outros casos de morte por drogas, como das cantoras Cássia Eller e Elis Regina, e do envolvimento de actores globais, que conseguiram recuperar, como Vera Fischer, Marcelo Antony e Felipe Camargo. A revista afirma que as novelas raramente abordam com a necessária disposição crítica o uso de drogas. " O mundo das celebridades, no Brasil ou fora daqui, é permissivo em relação a drogas. O seu consumo é considerado recreativo ou inspirador. O consumo é consentido e até valorizado, como se fosse parte da experimentação que deve acompanhar o acto de criação artística", diz a Veja, lembrando que as drogas matam 200 mil pessoas todo ano, no mundo, e, no Brasil, estima-se em 870 mil o número de viciados em drogas diversas.|