Ventos fortes fizeram voar os ferraris da vela no Tejo

A equipa portuguesa voltou a ir ao pódio, com um segundo lugar arrancado a ferros na primeira regata da tarde
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E ao segundo dia o vento apareceu, vindo do mar. Foi preciso esperar a tarde toda, mas apareceu. Uma brisa de 12 a 14 nós permitiu aos entusiastas da vela que foram ontem à Doca de Pedrouços ver os catamarãs GC32 da Extreme Sailing Series fazerem o que fazem melhor: voar baixinho a quase 40 km/hora. Os velejadores divertiram-se, os espectadores também. Numa dessas duas regatas de fim de tarde, o SAP Extreme, equipa dinamarquesa que inclui, como proa, o velejador português Renato Conde, conseguiu finalmente uma vitória. Não tinha obtido melhor do que um quinto.

O diretor da corrida decidiu mesmo fazer uma regata extra já depois das 17.00, hora a que o segundo dia do evento deveria ter terminado. Tal como no primeiro dia, fizeram-se cinco corridas. Por causa da falta de vento durante a maior parte da tarde, foi cancelada uma regata que tinha um formato diferente: sempre a direito de Pedrouços até ao Terreiro do Paço - uma "etapa costeira", como a organização lhe chamava. Talvez hoje se concretize. Se Lisboa não vem ver os barcos, os barcos vão mostrar-se a Lisboa.

Nesta etapa, a equipa portuguesa Sail Portugal-Visit Madeira, liderada por Diogo Cayolla, tem feito da consistência um valor acrescentado. Começou em quinto lugar na classificação e continua na mesma posição. Depois de na quinta-feira ter conseguido vencer uma das regatas, ontem voltou ao pódio na primeira corrida da tarde, com um segundo lugar. Embora com vento fraco, foi de longe a corrida mais emocionante da tarde. Na última boia, quatro barcos apresentaram--se praticamente encostados uns aos outros, com as tripulações a gritarem umas com as outras dizendo que a prioridade era sua. A chegada foi em modo photo finish, com o diretor da prova a ser obrigado a analisar a telemetria da prova para definir as posições finais. Diogo Cayolla e a sua tripulação celebraram como se fosse uma vitória.

O Alinghi - líder na classificação da etapa lisboeta, com 112 pontos - chegou em primeiro a essa última boia e conseguiu depois cruzar a linha de chegada na mesma posição. O barco português, liderado por Diogo Cayolla, passou em terceiro lugar, mas depois, nos escassos metros até ao fim, ainda conseguiu subir uma posição, acabando em segundo. Para a Norauto, uma equipa ultraexperiente mas que é externa a este campeonato e só veio a Lisboa como wild card, o desempenho foi quase trágico: liderou a regata toda, mas na última viragem passou para quarto, ultrapassado pelos portugueses, pelo Alinghi e pelo Oman Air (líder do campeonato e 3.º no circuito de Lisboa, com 90 pontos, empatado com o Red Bull). Nos metros finais subiu para terceiro. Pior ainda foi a situação do Oman Air: fez a última viragem em segundo e depois perdeu duas posições.

Faltando agora dois dias para as regatas no Tejo terminarem, o Alinghi - uma equipa suíça que já venceu a Taça América - domina de forma esmagadora. O pior que fez, nas dez regatas já disputadas, foi um quarto lugar. De resto, só vitórias (quatro) e segundos lugares (cinco). Na classificação geral provisória do campeonato, o Oman Air já só tem um ponto de vantagem sobre os suíços (78 pontos contra 77).

O Tejo proporcionou também à estreante equipa totalmente feminina Thalassa Magenta Racing um novo lugar no pódio. Na quinta-feira fizeram um terceiro lugar e ontem um segundo. A bordo continua a portuguesa Mariana Lobato. Ontem, quando saía da Doca de Pedrouços para o campo das regatas, Mariana cruzou-se com um barco da Volvo Ocean Race que chegava, o Vestas. Na tripulação estava o seu marido, António Fontes, esfusiante de alegria por ter transportado da Suécia este barco, um veleiro de alta competição capaz de velocidades que foram, segundo contou, algumas vezes superiores a 25 nós.

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