Venezuela: Oposição convoca novos protestos para o 1.º de Maio

A oposição venezuelana convocou, no sábado, novos protestos em todo o país para segunda-feira, 1.º de Maio, contra a "ditadura" e para reivindicar eleições e um novo tribunal, após um mês de manifestações que fizeram 29 mortos.
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"Queremos reforçar esta mensagem e convocar todas as pessoas da Venezuela nos 24 estados do país (...) contra a ditadura", afirmou o vice-presidente da Assembleia Nacional (parlamento), o opositor Freddy Guevara, em conferência de imprensa.

"Vamos marchar até às sedes do Supremo Tribunal e do Conselho Nacional Eleitoral [CNE], com calma mas com firmeza", sublinhou, apontando que os dois órgãos foram "absorvidos" por parte do Governo venezuelano.

O deputado explicou que, na capital, Caracas, realizar-se-ão "duas concentrações em simultâneo": uma vai partir do oeste até ao CNE e a outra do leste até à sede do Supremo Tribunal.

Ambas as instituições localizam-se no centro da cidade.

Freddy Guevara, que afirmou esperar que o 1.º de Maio, se afirme como "o testemunho de uma população que recusou render-se e vai em frente", reiterou ainda que a oposição vai continuar a "convocar todo o povo da Venezuela até que haja liberdade".

A oposição venezuelana tem convocado uma série de protestos desde dia 01 para pedir a destituição de sete magistrados do Supremo Tribunal devido à sua decisão - que qualificou como "golpe de Estado" - de assumir as funções do parlamento, dominado pela oposição, a qual foi revertida pouco tempo depois.

A oposição também exige a realização de eleições antecipadas, antes do fim do mandato do Presidente Nicolás Maduro, em dezembro de 2018, além da libertação de presos políticos e do fim da repressão.

Algumas manifestações resvalaram em violentos confrontos e resultaram em 29 mortes, cerca de 500 feridos e em mais de mil detidos.

Precisamente "em homenagem aos caídos" durante os protestos decorre uma vigília de 12 horas, na praça Bolívar, em Chacao, em Caracas, na qual participam aproximadamente 200 pessoas, incluindo políticos, segundo a agência noticiosa espanhola Efe.

A iniciativa vai realizar-se até às 07:00 de hoje (12:00 em Lisboa), segundo o movimento estudantil.

O conselheiro da universidade privada Católica Andrés Bello (Ucab), Santiago Acosta, indicou, num comunicado de imprensa, que a vigília pretende ser "um momento de oração e homenagem" aos "estudantes e a todos os que foram assassinados injustamente nos protestos de abril deste ano e de 2014".

Uma hora antes do termo da vigília vai realizar-se uma missa pelas vítimas e pela paz na Venezuela, de acordo com a mesma nota.

A aliança da oposição venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) também acompanha esta iniciativa, com pelo menos três deputados presentes, tendo acordado não convocar mobilizações para este dia por causa da atividade organizada pelo movimento estudantil.

A vigília tem lugar horas depois do enterro de um jovem que morreu na quarta-feira durante protestos na capital.

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