Venezuela: Ministro chama diplomatas e exige respeito da comunidade internacional

O ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano reuniu-se quinta-feira com diplomatas de vários países, a quem que exigiu que a comunidade internacional respeite o seu país, confirmando a denúncia de uma nova conspiração contra o Governo.
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A reunião teve lugar em Caracas, na Casa Amarilla António José de Sucre, na qual o ministro Jorge Arreaza confirmou a denúncia feita pelo Presidente Nicolás Maduro de que está em curso uma nova conspiração contra o seu Governo, dirigida desde os Estados Unidos e com o apoio da Colômbia.

Entre os diplomatas estrangeiros presentes esteve o embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro.

"Respeitem a Venezuela, é o única coisa que pedimos. Se nos respeitarem não só terão o nosso respeito, mas também a nossa cooperação e amizade. Mas, se não nos respeitarem, apenas esperem que defendemos a nossa soberania, identidade, o nosso território e o nosso povo", disse.

Por outro lado, pediu aos diplomatas para transmitir informação precisa aos seus países sobre as denúncias feitas recentemente pelo chefe de Estado.

"O Presidente [Nicolás] Maduro dizia com muita claridade. Tudo aponta para o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton. O mesmo que impediu a realização de uma reunião entre o Presidente Maduro e [Donald] Trum, em setembro", explicou.

Jorge Arreaza insistiu que na base norte-americana de Eglin estão a ser treinados grupos de pessoas para "tomar" as bases aéreas venezuelanas de Libertador, em Palo Negro (oeste de Caracas) e de Barcelona (leste da capital), bem como a base naval de Puerto Cabello (centro norte do país).

O ministro acrescentou que no município colombiano de Toma estão a ser preparados 734 homens, colombianos e venezuelanos, para executar funções paramilitares com o objetivo de criar um conflito entre Caracas e Bogotá.

A intenção é "acender uma situação de conflito entre a Colômbia e a Venezuela, para depois justificar intervenções internacionais", disse o ministro, explicando que em Chinácota, Colômbia, receberam treino os atores materiais do frustrado atentado de 04 de agosto contra o Presidente Nicolás Maduro, em Caracas, durante um ato com militares.

O Presidente, Nicolás Maduro, acusou na quarta-feira o assessor de segurança da Casa Branca, John Bolton, de preparar, em conjunto com a Colômbia, um plano para o assassinar e acabar com a revolução bolivariana.

"Denuncio outra vez a conspiração que preparam desde a Casa Branca, para violentar a democracia venezuelana, para me assassinar e para impor um Governo ditatorial na Venezuela", disse, numa conferência de imprensa no palácio presidencial de Miraflores.

Segundo Nicolás Maduro, John Bolton "foi designado como chefe da conspiração contra a Venezuela, para procurar uma intervenção estrangeira e impor um conselho de Governo transitório".

"O Governo da Colômbia, de Iván Duque, é cúmplice do plano de John Bolton para trazer violência ao nosso país", frisou.

Segundo o Presidente venezuelano, como parte da conspiração, o assessor de Segurança norte-americano encomendou também ao Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonoro, "provocações militares" na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.

Por isso, o futuro vice-Presidente brasileiro, Hamilton Mourão, faz constantes declarações contra a Venezuela.

Nicolas Maduro acrescentou ter informação de um alto oficial brasileiro de que no vizinho país "ninguém quer que Jair Balsonaro se envolva numa intervenção militar na Venezuela".

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