Num comunicado divulgado em Caracas pelo Ministério das Relações Exteriores, o Governo venezuelano anuncia que avançará com "ações firmes" contra a administração do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.."O Estado venezuelano empreenderá ações firmes para que a administração Trump preste contas perante a comunidade internacional e as suas instituições, como consequência dos crimes confessados executados em meses recentes contra o povo da Venezuela, a sua democracia e instituições", refere o comunicado..O documento começa por dizer que o Governo venezuelano "condena firmemente o uso sistemático de medidas coercivas unilaterais e ilegais, implementadas extraterritorialmente pelo Governo dos Estados Unidos de América, que ontem [quinta-feira] anunciou uma das suas mais cívicas decisões".."É tal o descaramento do Governo supremacista, que planificou e encabeçou ataques contra o sistema elétrico nacional da Venezuela durante o passado mês de março, como parte de uma operação de guerra híbrida que procura derrubar o Governo constitucional venezuelano, que trata agora de ocultar a sua responsabilidade direta nos referidos atos de sabotagem, ao anunciar medidas ilegais contra respeitáveis ex-funcionários do Ministério do Poder Popular para a Energia Elétrica", prossegue..No documento, Caracas "reitera que as restrições que, em matéria económica e humanitária, Washington tem imposto arbitrária e dolosamente, constituem uma flagrante violação do direito internacional e dos compromissos mais elementares derivados da subscrição" da Carta das Nações Unidas..A Carta das Nações Unidas, que criou esta organização, foi assinada em São Francisco (EUA), em 26 de junho de 1945, com os países subscritores a assumir que estabelecem as condições necessárias à manutenção da justiça e do respeito das obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional..O Departamento de Estado norte-americano anunciou na quinta-feira sanções contra o ex-ministro venezuelano de Energia Elétrica Luís Alfredo Motta Dominguez e o ex-vice-ministro de Finanças do Ministério de Energia Elétrica, José Lugo Gómez, acusando-os de corrupção.."Essas pessoas estiveram envolvidas em corrupção desenfreada, conforme determinou uma investigação do Departamento de Justiça", explica o Departamento de Estado na sua página na internet..Segundo o Departamento de Estado, "os venezuelanos sofreram, este ano, mais de 23.860 cortes de energia elétrica, devido à corrupção e má administração de Nicolás Maduro [Presidente da Venezuela] e seus associados"..Na Venezuela são frequentes os apagões elétricos que ocorrem em menor frequência na cidade de Caracas, capital do país, zona considerada como protegida pelas autoridades..O Governo venezuelano responsabiliza os Estados Unidos e a oposição pelos apagões, que atribui a atos de sabotagem.