> ana Tomás Ribeiro.Apolémica em torno da possibilidade de venda de uma parcela da Galpenergia ao consórcio Petrocer voltou a reacender-se na semana passada e promete continuar. Em causa está agora a data final do contrato de promessa de compra e venda assinado entre o Estado e a Petrocer. "É preciso saber se o contrato tinha ou não uma data final. Porque se não tinha é demasiado grave e então alguém tem de ser responsabilizado por isso", disse ao DN fonte de um dos consórcios preteridos na corrida à compra de 33,34% da Galp. O Grupo Mello e a Luso-Oil, que já apresentaram queixas em tribunal relativamente a este processo, pediram à holding estatal Parpública que lhes fornecesse todo o processo relativo às negociações que culminaram na vitória da Petrocer. A empresa estatal entregou o dossier, mas recusou-se a apresentar o contrato assinado com a Petrocer, explicou ao DN a mesma fonte. Assim, os dois consórcios preteridos colocam dúvidas sobre a existência ou não de uma data final. .O presidente da Parpública, por seu turno, afirmou na sexta- -feira à Lusa que não via qualquer razão para disponibilizar o referido documento. "Porque é que o havia de entregar?", questiona Plácido Pires. .A polémica começou na terça- -feira, quando Álvaro Barreto, o ministro dos Assuntos Económicos, anunciou que decidira não alterar as condições do contrato entre a Parpública e a Petrocer, relativo à aquisição de uma participação no capital da Galp..As reacções não se fizeram esperar, com intervenientes no sector a considerarem que a medida significa um recuo. Recuo que reflecte divisões no Governo sobre o processo, entretanto suspenso pelo 'chumbo' da Comissão Europeia à transferência do negócio do gás para a EDP e ENI, e que alterou dois dos principais pressupostos do negócio o gás não saiu da Galpenergia e os italianos continuam como accionistas da petrolífera. O que pode inviabilizar o contrato com a Petrocer, defendem..O acordo com a Petrocer - que integra a Unicer, o BPI e os grupos Violas e Arsopi - previa que um primeiro lote de acções de 33,34% da Galp fosse comprado até segunda-feira passada por 700 milhões de euros. Até 31 de Julho, a Petrocer deveria comprar mais 7,45% da petrolífera, por 156,42 milhões. "Como não foi cumprida aquela primeira data, e como o Governo sempre falou em necessidade de prorrogar o prazo dos contratos assinados com a ENI e a Petrocer, pressupunha-se que este último documento caducava a 31 de Janeiro. Porque se não fosse esse o caso qual a necessidade de prorrogar o prazo?", questiona fonte de um dos consórcios perdedores. Não é essa a opinião da Petrocer, para quem o que está em causa é a saída ou não dos italianos da ENI da Galp. De acordo com fonte daquele consórcio, se a ENI deixar a empresa, o contrato com a Petrocer é válido; se se mantiver na estrutura accionista da petrolífera, acaba o compromisso. .O ministro das Actividades Económicas não se pronunciou até agora sobre o assunto. Um futuro Governo terá de resolver este problema, assim como decidir sobre a operação de dispersão de capital da Galp, também adiada.