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A presidência acusada de parcialidade no trabalho

A presidência desta cimeira, leia-se o primeiro-ministro dinamarquês Lars Loekke Rasmussen, não consegue transformar este evento num momento histórico. A fasquia dos europeus estava alta e, na realidade, Rasmussen tem de partilhar a desilusão com a presidência sueca da UE e com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Mas o fracasso dinamarquês é mais frustrante na medida em que a presidência foi acusada de apoiar os negociadores dos países em desenvolvimento. Esta acusação de parcialidade coincidiu com mudanças na própria presidência e houve delegações que se queixaram da lentidão dos trabalhos, causa da pobreza do acordo final, que parece ter desiludido muita gente.

Os ambientalistas radicais expulsos no último dia

As organizações ambientalistas radicais saem a perder desta cimeira do clima, expulsas no último dia do edifício principal e envolvidas em vários episódios mediáticos difíceis de entender. Estas ONG queriam proteger o planeta e defendiam a tese do aquecimento global, mas contestaram sempre os métodos da negociação multilateral, tentaram perturbar as sessões de trabalho e fizeram intensa pressão sobre as delegações. No fim, fica a sensação de que os protestos tiveram o resultado inverso e a falta de flexibilidade destas organizações contribuiu para tornar mais rígidas as posições de alguns países. As ONG terão de mudar de tácticas, agora que os políticos aceitam os argumentos científicos sobre o efeito de estufa.

Os limites pragmáticos de Barack Obama

O Presidente norte-americano será um dos derrotados desta cimeira, pois pela primeira vez o seu carisma e popularidade não permitiram obter resultados mágicos. Nos Estados Unidos, cresce a campanha política da direita contra cedências na área das mudanças climáticas e o tema poderá virar-se contra os democratas e tornar-se ainda mais tóxico do que já é. A nível global, os EUA também perdem uma oportunidade para liderar um processo que daria potenciais vantagens económicas. Obama teve momentos negociais que os observadores consideraram inflexíveis e isso não parece jogar a favor de um presidente que se tornou popular fora da América, mas que desmente a sua própria frase talismã, yes we can.

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