Vantagens e nuvens da 'cloud computing'

Publicado a
Atualizado a

A pontada como uma das principais tendências de 2010, a generalização da cloud computing (armazenamento de dados pessoais ou de empresas e uso de programas e serviços executados em computadores ou telemóveis pela Web) pode ter êxito mas alguns perigos devem acautelar a sua adopção.

Em Portugal, a seguradora Tranquilidade (Grupo Espírito Santo) transitou o sistema interno de correio electrónico para o GMail da Google. Nos Estados Unidos, a Google anunciou em Dezembro que, após Orlando e Washington, o município de Los Angeles firmou um acordo para dotar 34 mil funcionários públicos com as suas Apps (aplicações na Web, incluindo email ou processamento de texto), por três anos e um custo de 7 milhões de euros.

Parecem boas notícias mas, no início de Setembro, o acesso ao GMail em todo o mundo esteve impedido durante mais de uma hora. A Google não é a única empresa que vende soluções de cloud computing e está acompanhada pela Amazon (que também teve uma enorme falha nos seus servidores antes do Natal), Microsoft, Salesforce, Oracle, Sun, VMWare, EMC, HP, SAP, Dell ou IBM, que esta semana anunciou o eyeOS, sistema operativo para aplicações específicas na Web e visa levar os clientes indecisos para esta tecnologia.

"Uma das recomendações que daria aos gestores portugueses que tivessem de tomar uma decisão sobre a adopção de uma estratégia de migração de aplicações para cloud computing seria a de obterem o máximo de informação fidedigna e com uma visão de contexto", explica Maria Spínola, da IDC, consultora que antecipa uma mudança radical no mercado informático para 2010 derivado da adopção da tecnologia.

Spínola salienta que a cloud computing até pode "não ser segura em determinados contextos" mas é-o noutros, tal como pode "ser ou não mais económica". E "não é uma moda, nem uma revolução tecnológica, mas o resultado do desenvolvimento de tecnologias e de modelos operacionais e de negócio".

Quanto à segurança, Spínola salienta que a existência dos centros informáticos "onde estão guardados dados de várias empresas são um alvo bastante atractivo" mas também melhor protegido e as falhas no acesso à Internet "também acontecem nos servidores aplicacionais existentes dentro de cada empresa", onde "são muito mais frequentes e durante períodos de tempo mais longos".

"A diferença é que quando acontecem ao nível da cloud, afectam um número maior de utilizadores e de empresas" mas esses centros também têm equipas dedicadas e mais eficientes na resolução dos problemas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt