Valeo de Viana em risco de ir para Marrocos

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A fábrica dos franceses da Valeo, de Viana do Castelo, corre o risco de encerrar. Existe a possibilidade de o grupo produtor de componentes para o sector automóvel deslocalizar a produção para Marrocos. Os sindicatos, afectos ao sector, estão preocupados com o futuro da unidade, que emprega cerca de 900 trabalhadores. O DN procurou obter uma declaração junto da administração da empresa face às notícias que circulam entre os trabalhadores. Contudo, até ao fecho desta edição não foi possível obter qualquer esclarecimento por parte da responsável pela área de recursos humanos da Valeo em Portugal.

Os trabalhadores guardam ainda na memória o encerramento de duas unidades da Valeo ocorridas o ano passado, uma em Santo Tirso e outra em Espanha, em Ourense (Galiza). Os rumores de um possível encerramento ga- nham consistência, uma vez que o grupo avançou com as rescisões dos contratos dos trabalhadores.

Vocacionada para o fabrico de componentes para o sector automóvel, a multinacional francesa está instalada há cerca de uma década na Zona Industrial de S. Romão de Neiva, Viana do Castelo, tenho chegado a empregar mais de 1600 trabalhadores.

O coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo (USVC), Branco Viana, afirmou ao DN que "nos últimos tempos a empresa tem vindo a reduzir drasticamente os seus postos de trabalho", nomeadamente através da negociação de rescisões de contrato.

Branco Viana afirma que existem "rumores" de uma eventual deslocalização da unidade, face ao número de rescisões de contrato com trabalhadores que a administração tem vindo a promover desde o ano passado. "Uma situação preocupante", diz o sindicalista, e que foi transmitida, há dias, ao ministro do Trabalho, Vieira da Silva.

O sindicalista garante que a USVC vai continuar a acompanhar de perto o caso, mas que a confirmar-se um cenário de deslocalização, "seria um caos para o concelho". Em Março de 2004, aquando do encerramento da unidade em Santo Tirso e do despedimento de 339 trabalhadores, os responsáveis do grupo garantiram aos trabalhadores que não estava prevista a deslocalização da produção de cablagens da unidade de Viana do Castelo para a nova fábrica em Marrocos. Contudo, no final do ano passado, a Valeo fechou as portas da unidade vizinha, de Ourense, na Galiza, deixando 250 trabalhadores no desemprego.

A Valeo está presente em 28 países, com 130 unidades produtivas, e 65 centros de investigação e desenvolvimento. No global, o grupo emprega cerca de 72 mil pessoas. No ano passado, o grupo obteve um volume de vendas da ordem dos 9,4 mil milhões de euros.

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