Universidade de Aveiro estuda "colonização biológica" de edifícios

A investigação está a decorrer no Convento de Santa Cruz do Buçaco e nas ermidas e capelas da Via-Sacra
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Os investigadores da Universidade de Aveiro estão a fazer um estudo sobre a recuperação eficiente de edifícios colonizados, com o objetivo de identificar o produto químico mais adequado para combater essa "colonização biológica".

Os resultados do estudo científico apenas serão conhecidos em 2017 mas os investigadores da Universidade de Aveiro (UA) esperam que venham a contribuir para "introduzir alterações significativas nos cadernos de encargos das obras de reabilitação de edifícios".

O objetivo do estudo é o de identificar com rigor o biocida (produto químico) mais adequado para combater o problema em edifícios que apresentem indícios de colonização biológica em paredes, com revestimentos de azulejo ou outros, "evitando perdas de tempo, gastos desnecessários de dinheiro e, pior ainda, danos colaterais nocivos nos edifícios e no meio ambiente".

No caso da Mata do Buçaco, local onde o estudo está a decorrer, a investigação tem como objeto as paredes exteriores do Convento de Santa Cruz do Buçaco e as ermidas e capelas da Via-Sacra (única no Mundo à escala de Jerusalém), que apresentam sinais de colonização biológica.

Os responsáveis da Fundação Mata do Buçaco acreditam que os restauros nestes edifícios, feitos a pensar no projeto de candidatura da Mata a Património Mundial da UNESCO, já irão beneficiar dos conhecimentos resultantes da investigação académica.

Desenvolvida no âmbito de uma tese de mestrado de uma aluna de Biologia da UA, a investigação junta pela primeira vez no mesmo trabalho académico os departamentos de Engenharia Civil e Biologia.

Citada numa nota da Fundação Mata do Buçaco, a orientadora da tese, Ana Velosa, docente do Departamento de Engenharia Civil da UA, diz que o problema da colonização biológica em geral "não está a ser tratado, nos cadernos de encargos das obras, de forma adequada", uma vez que na maior parte dos casos desconhece-se com exatidão qual o biocida concreto a aplicar.

Com o estudo que está a ser levado a cabo, os investigadores pretendem conhecer as necessidades reais de cada edifício a ser recuperado, adequando no respetivo caderno de encargos o uso de biocidas.

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