Uniões de facto heterossexuais e homossexuais chumbadas
Dois dos projetos, apresentados pelos partidos de esquerda Aliança Democrática de Esquerda e Movimento Palikot, visavam permitir a união de facto de casais homossexuais e heterossexuais, garantindo o direito de entrega conjunta de declaração de rendimento para efeitos de imposto e direitos de herança após a morte de um dos elementos do casal.
Estes dois projetos foram chumbados por uma ampla maioria.
O terceiro projeto, apresentado pelo partido de governo, a Plataforma Cívica (centro-direita), previa a autorização de união de facto para casais do mesmo sexo e de sexos diferentes mas não abrangia o direito de herança.
Neste caso, a maioria de votos contra foi de apenas 17. O projeto foi chumbado com 228 votos contra, 211 a favor e 10 abstenções.
Nenhum dos projetos previa a legalização do casamento homossexual ou a adoção de crianças por casais homossexuais.
Para a direita católica, os três projetos visavam "legalizar a decadência moral da sociedade e cimentar a crise do modelo tradicional da família", segundo o deputado do partido Direito e Justiça (PiS, conservador) Artur Gorski.
Para os autores dos projetos, trata-se antes de respeitar a dignidade e os direitos de todos os cidadãos e enquadrar uma realidade social.
O governo não tomou posição em relação a nenhum dos projetos, uma vez que o assunto, muito sensível na Polónia, divide o próprio executivo.
Enquanto o ministro da Justiça, Jaroslaw Gowin, considerou os projetos-lei "contrários à Constituição", o primeiro-ministro, Donald Tusk, afirmou que "não se pode fechar os olhos a um facto social que é real".
"Podemos aceitar ou não os casais homossexuais do ponto de vista das nossas opiniões sobre a moralidade da vida pública, mas não podemos negar a sua existência", disse o primeiro-ministro, acrescentando que o Parlamento devia "tornar a vida dessas pessoas mais digna e não mais difícil".