Unicer prevê fechar acordo para construir fábrica em Angola ainda este semestre
A Unicer espera chegar a acordo com o Governo angolano para avançar com a construção de uma fábrica naquele país ainda este semestre, afirmou ao DN Manuel Ferreira de Oliveira, presidente da Unicer, à margem da conferência de apresentação de resultados. A empresa de bebidas é actualmente o maior exportador português para Angola, mas o negócio necessita de produção local para se desenvolver.
"Depois de fechado o acordo com a homóloga da API em Angola, são precisos dois anos para ter a unidade pronta." Quanto ao investimento, estão previstos montantes de 80 milhões de euros, numa primeira fase, e 70 milhões, numa segunda. No ano passado, a Unicer vendeu 60 milhões de litros para este país de língua portuguesa.
Na conferência de imprensa, Ferreira de Oliveira frisou que as exportações cresceram, em 2005, 18% em valor (para os 65 milhões de euros) e 10% em volume (ultrapassando os 100 milhões de litros). Cerveja e água são os produtos que a empresa comercializa no exterior. No futuro, a Unicer pretende internacionalizar o negócios dos vinhos.
Na Europa, "o lucro dos produtos vendidos é superior ao de Portugal, mesmo com os custos de transporte". O maior mercado é o francês (sete milhões de litros), seguindo-se o espanhol (seis milhões de litros). Este ano, a Unicer quer chegar aos dez milhões de litros no país vizinho, tendo reforçado o número de distribuidores, de 25 para 40.
O Norte de África e os Estados Unidos são mercados que a empresa pretende igualmente desenvolver.
Em matéria de investimentos, a Unicer aumentou em 50% o montante despendido face a 2004, chegando aos 37,9 milhões de euros. Este ano, a empresa espera investir 40 milhões de euros, prometendo algumas "novidades" no segmento das cervejas e vinhos.
Ferreira de Oliveira destacou que o ano de 2005 ficou marcado, para a Unicer, pela inovação, num período difícil para o sector empresarial. "O último quadriénio teve o crescimento mais baixo desde que exerço a minha actividade profissional, que começou há 35 anos." Ainda assim, a empresa conseguiu contrariar a tendência do mercado, com um crescimento 10,5%. C