Uma temporada na mansão de Pablo Escobar
A vida de Pablo Escobar, famoso narcotraficante colombiano, não deu um filme. Não, o que deu um filme foi uma possível derivação com "licença artística" a "imaginar" um episódio verdadeiro envolvendo a sua figura e uma possível relação do mafioso com o namorado da sobrinha. Não estamos perante o tão estafado biopic - o que se propõe Escobar: Paraíso Perdido, de Andrea Di Stefano, é outra coisa. Passa por jogar com o mito e toda uma miríade de figurações do mal e os seus apelos. O mais incrível aqui é que, não sendo um filme de produção americana, assume uma certa herança de thriller de bons costumes americanos. Incrível, se pensarmos que o realizador é italiano. Ainda mais incrível quando se descobre que a produção é franco-espanhola ajudada com participação belga. Melhor de tudo, não fica aquelas coproduções sem identidade nem carisma. Di Stefano tem um olhar, tem uma intenção de cinema, mesmo quando no fim do dia tem uma missão clara: fazer um filme de entretenimento.
A introdução ao mundo do falecido patrão do narcotráfico na Colômbia é através de um jovem surfista canadiano que no final dos anos 80 julga ter encontrado uma praia paradisíaca na Colômbia. Tudo muda quando cai de amores por uma jovem local que, nem de propósito, é a sobrinha preferida de Escobar, visto pelo povo como um político que distribui riqueza pelos pobres. Cedo esse jovem é convidado a pertencer ao clã mais chegado do narcotraficante. Um novo mundo que se afigura como um outro paraíso onde as mais inusitadas excentricidades são permitidas e onde a família é tida como património sagrado. Entre Escobar e o jovem surfista surge uma perturbante relação de fascínio e desconfiança.
Veja aqui o trailer:
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