Uma mulher com mil ofícios

Quis ser bailarina, médica e jornalista, mas tornou-se relações públicas, actriz, manequim, repórter e apresentadora de televisão. Fez coros para Tony Carreira e deu a conhecer o Bairro Alto a Lenny Kravitz.
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Aos 33 anos, Alexandra Figueiredo não pode queixar-se de rotina no trabalho. Bem pelo contrário. "Sempre fui um bocadinho bafejada pela sorte", começa por dizer a relações públicas (RP), que no seu já vasto currículo junta um sem-número de actividades. Define-se como uma mulher "multifacetada, que vive segundo as circunstâncias da vida" e nos dedos das mãos quase não cabem as áreas em que já trabalhou. Ainda criança, já se adivinhava que ia ser assim. "Aos seis, sete anos, queria ser bailarina, dançava por tudo o que era lado. Depois passei pela fase de querer ser médica e de querer ser jornalista...", conta. Alexandra sempre foi muito activa. "Sou filha única, e os meus pais sempre me colocaram em todas as actividades: à segunda-feira tinha ginástica, à terça piano, à quarta o coro, à quinta aulas de canto e ao fim-de-semana ia para os concertos do coro", recorda.

Acabou por licenciar-se em Relações Públicas e Comunicação Empresarial e começou o seu percurso profissional como estagiária do departamento de RP de uma empresa de produtos de beleza. Passou depois por alguns departamentos de marketing e de RP, designadamente de duas conhecidas empresas de informática. E foi então que teve o primeiro contacto com o mundo do espectáculo, como promotora musical, primeiro da NZ Produções e depois da EMI Portugal. Foi nessa qualidade que conheceu grandes estrelas da música nacional e internacional, caso de Rui Veloso, Xutos&Pontapés, Paulo Gonzo, Lenny Kravitz ou Norah Jones. "Aquele que mais me surpreendeu a nível pessoal foi o Lenny, é muito boa onda. Quando veio a Lisboa dar um concerto no Estádio do Restelo, a seguir fomos todos jantar e seguimos para o Bairro Alto. Não é todos os dias que temos o Lenny Kravitz ali a tomar um copo connosco!", recorda.

A ligação à música, essa, vem de tenra idade. Em miúda, participou na banda infantil Ministars e no Coro de Santo Amaro de Oeiras, mas foi a fazer coros nos concertos de Tony Carreira que correu mundo, durante cerca de cinco anos. "Fizemos n concertos juntos, inclusive no mítico Olympia de Paris. Tenho a melhor impressão do Tony, é um senhor. Tive de deixar os coros por falta de tempo", lamenta Alexandra, que também já cantou com o filho mais velho do cantor, a estrela emergente Mickael Carreira.

Pelo meio, Alexandra Figueiredo aventurou-se no mundo da moda como manequim - sem complexos, chegou a ser capa da revista masculina FHM, entre outras - e no tão desejado mundo da televisão, que a fascina. Foi no pequeno ecrã, aliás, que se tornou conhecida, tendo participado em séries de humor como Malucos do Riso, Maré Alta ou Camilo em Sarilhos, da SIC, ou em Morangos com Açúcar, da TVI. "[O mundo da televisão] fascina-me, mas sempre com os pés assentes no chão. Na faculdade achava que ia dar uma excelente pivô de Telejornal. Quando entrei era com esse objectivo, não por vaidade mas achei mesmo que tinha ali uma função na sociedade: estar ao serviço dos outros. De resto, nunca quis ser actriz. Aliás, acho que não tenho jeito nenhum para representar, mas também é verdade que nunca estudei representação", lembra, revelando que aquilo de que mais gosta é "do trabalho como repórter", que actualmente desenvolve para o canal Cabovisão.

Há dois anos, e depois de adquirir experiência na área, Alexandra Figueiredo criou a sua própria agência de comunicação, com o seu próprio nome. Um projecto que vai conciliando com as suas múltiplas facetas. Curiosamente, apesar de ter várias actividades ao mesmo tempo, organização não é com ela. "Sou uma pessoa altamente desorganizada. Se fosse organizada e metódica, se calhar as coisas não corriam tão bem", atira. As 24 horas do dia, admite, não lhe chegam. Às vezes trabalho fora de horas também", revela. Especialmente ao sábado à noite, altura em que recebe os convidados na discoteca Kapital, em Lisboa. "É um ambiente giro, e aproveito para conviver com amigos", diz. O segredo para tanta energia "é energia pura...", ri-se. "Não bebo café e nunca bebi álcool na minha vida", garante.

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