"Uma Europa que protege" é o mote da presidência austríaca da UE

Política de migração europeia marcará da agenda do chanceler austríaco, Sebastian Kurz, conservador aliado da extrema-direita, que reivindica a responsabilidade de ter travado as entradas pela rota dos Balcãs.
Publicado a
Atualizado a

"Queremos usar os próximos seis meses para construir pontes na União Europeia e reduzir tensões", disse o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, na cerimónia que marcou a transferência da Bulgária para a Áustria da presidência rotativa da União Europeia.

"Estamos também focados em construir uma Europa que protege, que é o mote da nossa presidência", acrescentou na estância de Schladming, recebendo a bandeira europeia das mãos do primeiro-ministro búlgaro, Bokyo Borisov.

"Não podia ter escolhido um mote melhor", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na mesma cerimónia. "A necessidade de segurança, tão velha quando a humanidade, manifestou-se com toda a sua força durante a crise migratória", referiu.

"As pessoas na Europa esperam que nós mostremos determinação nas nossas ações para restaurar o seu sentimento de segurança e ordem", acrescentou o polaco Tusk, pedindo contudo que isso não seja feito "à custa da liberdade".

A Áustria, pelas mãos de Kurz, começa oficialmente a presidência rotativa da UE este domingo. E o tema das migrações promete dominar a agenda nos próximos seis meses, com a chanceler alemã, Angela Merkel, pressionada pelos aliados e os países do Grupo de Visegrado a continuar a defender um fecho de fronteiras e a Itália a fechar os portos aos navios de resgate de migrantes no Mediterrâneo.

Apesar de um acordo para proteger as fronteiras externas no último Conselho Europeu, resta ainda muitas diferenças no que diz respeito à redistribuição dos migrantes entre os 28 países.

Kurz está no poder desde o ano passado graças a uma coligação de governo dos seus conservadores do ÖVP com a estrema-direita do FPÖ. O jovem político, de 31 anos, era chefe da diplomacia no pico da crise de refugiados, em 2015, reivindicando ter sido o responsável por travar as entradas na UE pela rota dos Balcãs.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt