Uma estreia que deixa no ar uma promessa

São uma dupla canadiana, chamam-se Purity Ring é são um nome a seguir com atenção. 'Shrine' é o seu primeiro álbum.
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A sua história soma já dois anos, um total de quatro singles e agora um álbum que serve assim de mais firme retrato de uma primeira arrumação das suas ideias. Em palco cativam atenções pela forma como se apresentam, Megan James, de microfone na mão e Corin Roddick, sempre entregue a maquinarias que esconde por detrás do que podemos descrever como uma espécie de árvore elétrica. As canções, minimalistas nos recursos instrumentais (essencialmente eletrónicos), apostam sobretudo na voz como elemento protagonista. Doseiam texturas, fragmentos samplados e reconstruídos, criando os fundos cénicos. À sua frente entra em cena uma voz frágil e aguda, o conjunto acabando até por ocasionalmente sugerir eventuais afinidades com o recente segundo álbum de Grimes (figura igualmente canadiana), mas sem a mesma clareza pop nem o interesse pelas estruturas mais ligadas à música de dança que escutamos em Visions (nem mesmo o golpe de génio sonoplasta que fez dos suecos The Knife uma referência). Há em Shrine momentos magníficos que podemos encontrar em canções como Fineshrine, Cartographist ou Obedear, mas este é um disco que está ainda longe de ter encontrado o seu destino, mais parecendo antes um registo de uma etapa de demanda que, todavia, promete. Fiquemos atentos às cenas dos próximos capítulos...

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