Uma empresa que evita filas à porta de discotecas para os VIP
Numa cidade com tantos milionários, não é de estranhar que existam serviços criados à medida da vontade e da carteira de quem pode pagar luxos excêntricos.
Na verdade, os bilionários costumam rodear-se de uma verdadeira frota de assistentes, motoristas, jardineiros, cozinheiros e empregados para tudo e mais alguma coisa, o que é também sinónimo de bons tempos para baby-sitters, alfaiates, joalheiros, marcas caras e serviços de catering e segurança. Mas não só, já que se é verdade que o dinheiro permite comprar todo o tipo de excentricidades, também é preciso que exista quem as torne possíveis.
Uma dessas companhias é a Velvet Rope, que existe há cinco anos em Londres e cujo serviço é no mínimo original: fazer marcações de restaurantes e bilhetes para espectáculos, ou simplesmente garantir que o cliente nunca tem de esperar para entrar numa discoteca. "Comecei este negócio simplesmente para ajudar pessoas com dinheiro a entrar sem problemas em clubes mais reservados", começa por explicar ao DN Ayo Johnson. "Temos vindo a crescer e neste momento a principal actividade já é a marcação de restaurantes, principalmente quando alguém quer jantar num sítio especial onde é impossível conseguir uma reserva", afiança.
Entre os seus clientes mais fiéis estão vários banqueiros da City, algumas empresas e uns poucos bilionários, garante. "Quando me telefonam a dizer que querem ir a um clube, eu trato de falar com quem é necessário para garantir a entrada dessas pessoas e de quem as acompanha, às vezes até dos seguranças", afirma. E a despesa feita no local compensa sempre. "Uma vez levei um grupo a uma discoteca que deixou uma gorjeta de 1000 libras [cerca de 1500 euros]", frisa.
Outro pedido comum é a solicitação de bilhetes para espectáculos ou eventos desportivos, havendo mesmo quem pague uma avença anual para não ter de se preocupar em garantir lugares nos principais acontecimentos.
Depois há também a organização de festas. "Há uns tempos pediram-me para organizar uma festa para 45 banqueiros e entrei em pânico, porque isso era sinónimo de 45 homens de negócios numa sala, de fato e gravata. Entrei em contacto com uma agência de modelos e levei umas quantas modelos para a festa, que acabou por ser um sucesso e muito divertida", conta.
Também no mesmo estilo, quiçá mais ousado, a Quintessentially é uma companhia que presta assistência 24 horas "para quem procura o impossível", diz uma porta-voz. Formalmente é apenas um clube de viagens, mas na prática dedica-se a realizar proezas complicadas como realizar um pedido para uma réplica, por 6 mil dólares, do gorro (Marchesa) que Jennifer Lopez usou na cerimónia dos Óscares ou uma viagem de pára-quedas em África.
Outro serviço em voga é os transportes de luxo. A iChauffer, por exemplo, é uma empresa que opera carros de luxo em Londres. Frank Mitchell, responsável de vendas, diz que "metade do negócio vem de particulares à procura de motoristas, a outra metade vem dos casamentos". Um transporte do aeroporto de Heathrow para o centro de Londres num Rolls-Royce custa 840 libras (mais de 1200 euros), ao passo que a cedência de viatura e motorista para um casamento pode custar 13 mil libras. "E não paramos, estamos sempre muito ocupados", diz.
E porque o mundo não acaba em Londres, a Netjets, uma companhia que realiza voos em jactos privados e que foi comprada em 1998 por Warren Buffet, tem uma média de 61 voos diários a sair dos oito aeroportos de Londres. O mais movimentado é o da City, que regista quase 20 partidas diárias. Os particulares que queiram usar os seus serviços podem alugar 25 horas de voos por 180 mil euros. O que, com sorte, talvez chegue para duas viagens de ida e volta Londres-Nova Iorque. HB