Uma criatura maravilhosa

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Gianna Nannini, a cantora do tema que se popularizou em Portugal como 'spot' da Fiat, além de ser irmã do piloto de Fórmula 1 Alessandro Nannini, tem uma carreira com 21 discos e um 'videoclip' dirigido por Antonioni

Uma criatura maravilhosa

Molti mari e fiumi / attraversero / dentro la tua terra / mi ritroverai." De quem será a voz da canção Meravigliosa creatura, que o anúncio da Fiat introduziu nos tímpanos portugueses? No idioma de Verdi e Puccini, de Caruso e Pavarotti , quem cantará assim? Aquela mulher não é, dirão os entendidos na música do país de Gianni Morandi e Andrea Bocelli, de Ramazzotti e Zucchero, nenhuma cantora famosa em Portugal. Nem Gigliola Cinquetti, nem Rafaella Carrà sentenciam os mais antigos, que ainda se recordam do Volare (Nel blu dipinto di blu) de Domenico Modugno. Nem Sabrina, nem Laura Pausini garantem os mais novos, que já não se lembram da Internacional na versão rock dos Area. Mas quem é, afinal, esta Gianna Nannini, a irmã do piloto de Fórmula 1 Alessandro Nannini? Uma nova descoberta da música transalpina? Não! Gianna nasceu em 1956, começou a gravar aos 20 anos e, entre originais, colectâneas e registos ao vivo tem já 21 discos, conhecendo o top italiano, alemão, austríaco e suíço. Na sua carreira há desde uma actuação no Festival de Jazz de Montreaux à criação de uma ópera rock baseada em Dante. Gianna até interpretou (com Edoardo Bennato) o hino do Mundial de Futebol de Itália, cujo original de Giorgio Moroder, To be number one, em italiano era Un'estate italiana. Mas a fama e a relevância de Nannini podem medir-se melhor se se pensar que o videoclip de Fotoromanza, um êxito do álbum Puzzle, foi realizado, em 1984, pelo cineasta Michelangelo Antonioni. E Meravigliosa Creatura nem sequer é uma canção recente - foi gravada no disco Dispetto, editado em 1995, mas ganhou maior projecção quando foi incluída em Perle, que saiu em 2005. E convém lembrar que a banda sonora do spot televisivo é uma versão reduzida do tema, que tem quatro minutos e meio e é menos melodioso, embora mais interessante, no original. Mas nada disso interessa a quem continua a trautear "turbini e tempeste / io cavalchero / volero tra il fulmini / per averti".|

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