Para ser Capital Europeia do Desporto em 2021, Lisboa derrotou Haia, de um dos países com maior índice de prática desportiva (Holanda, cerca de 80% da população), porque já provou que sabe organizar grandes eventos internacionais (final da Liga dos Campeões em 2015, Volvo Ocean Race ou mesmo a Web Summit), dispõe de um parque desportivo e espaços verdes muito valorizados e tem uma grande margem de progressão no aumento da prática desportiva entre a população (estimada em cerca de 30%).."Os fatores determinantes foram a dinâmica da candidatura e o envolvimento da comunidade, desde o apoio do governo aos embaixadores internacionais, como Fernando Santos, Patrícia Mamona ou Telma Monteiro; o desenvolvimento da atividade desportiva na população e o impacto do desporto na economia", resume ao DN Duarte Cordeiro, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) com o pelouro do Desporto..A candidatura a esta "distinção" (é disso que se trata, não de um evento...) atribuída pela ACES Europe - European Capitals and Cities of Sport Federation, sediada em Bruxelas, só pode ser apresentada por uma cidade por país com mais de 500 mil habitantes, e só uma é eleita. É esta a diferença para a candidatura a Cidade Europeia do Desporto, reservada a metrópoles ou parceira de municípios que no total tenham mais de 25 mil habitantes e menos de 500 mil. Este ano, por exemplo, Gondomar representa Portugal entre 15 cidades. O galardão vai ser entregue a Lisboa no Parlamento Europeu.."Foi um desafio que me foi lançado em 2015. Fui falar a Turim, então Capital Europeia do Desporto, sobre a criação das Olisipíadas [permite a crianças e jovens dos 5 aos 14 anos experimentar e competir em várias modalidades desportivas] e da forte política desportiva que desenvolvíamos já em Lisboa", conta ao DN Jorge Máximo, o anterior vereador do Desporto da CML, que agora voltou ao setor privado, e que liderou a candidatura..Lisboa terá 52 semanas de atividade física em 2021 (uma das imposições do caderno de encargos), mas muito vai ser feito antes. "Vamos criar um observatório para monitorizar a atividade física entre os jovens, os adultos e os maiores de 55 anos", explica Duarte Cordeiro, sinalizando os adolescentes e os maiores de 55 anos como estratos demográficos que precisam de ser mais motivados a praticar desporto e atividade física..Entretanto, a CML tem previsto investir 26 milhões de euros na requalificação de equipamentos e ter o programa para 2021 pronto um ano antes..Para aqui chegar, Duarte Cordeiro salienta "a dinâmica da candidatura e envolvimento da comunidade", com praticamente "todos os clubes e federações envolvidos. "Nestes dois dias de visita da ACES, o Benfica, o Sporting, o Ginásio Clube de Portugal e a Associação Naval, talvez os dois maiores e os dois mais antigos clubes, foram inexcedíveis nas visitas guiadas às instalações", revela..Otimista, o vice-presidente da CML aponta vários objetivos para os próximos anos. "Pretendemos aumentar o número de parques desportivos e os eventos internacionais, mas tão importante será aumentar a prática desportiva com o aumento da oferta dos programas que já temos vindo a desenvolver junto das comunidades estudantis", informa, concluindo com uma ideia partilhada por Jorge Máximo: "Queremos fazer a melhor Capital Europeia do Desporto de sempre."