Uma armadilha? Pão com pregos encontrado na Ajuda
A publicação de Facebook que deu luz à situação já conta com quase 14 mil partilhas, à data deste artigo, e dá conta da existência de pão com "pregos de sapateiro", numa zona da Ajuda, em Lisboa. Tirou fotografias do pão que encontrou ao ir passear o seu cão, como faz todos os dias.
Pó D'Arroz é o nome do Weimaraner de dois anos e meio que, como tantos outros animais, ou até mesmo crianças, como relembra o autor da publicação, poderia ter colocado aqueles pedaços de pão à boca.
"Desde pequeno que o Pó D"Arroz ouve e aprende que não pode comer coisas do chão. Tarefa difícil visto que por vezes se encontram sandes mistas ainda embaladas, bananas, sandes de carne assada, lasanha, pão para pombos e batatas fritas em cada canto da cidade de Lisboa. Ora, para um cão, na altura de decidir se comer ou não algo do chão, pesa os prós e contras com base em situações passadas - 80% das vezes consigo que por vontade própria ele ignore o presente deixado pelo miúdo que não gostou da lancheira que a mãe preparou, ou as oferendas de pão seco que algumas senhoras gostam de deixar aos pombos; Os restantes 20% são situações nas quais tenho que intervir e lembrar que não se pode comer "porcarias" do chão", lê-se.
"Quando cheguei ao parque vi o meu cão e pousei o pequeno-almoço na mesa para comer quando vejo ao longe o que me parece o tal pão cortadinho e preparado para os pombos. Aproximo-me e qual não é a minha surpresa quando percebo que tal pão foi colocado especificamente para os cães que ali passam (imagino por alguém que não tem cão). Em cada pedaço de pão estavam cravados 3 pregos pretos de sapateiro, novinhos em folha e cuidadosamente escondidos para em menos de 2 segundos acabarem dentro do intestino de algum cão que em vez de 80% de controlo em situações semelhantes tem apenas 75%", acrescenta.
Explica ainda que pegou no pão e foi "direito ao lixo", mas questiona o que acontecerá se "amanhã não for ao parque a essa hora e alguém passear o cão antes?". "Ou será que tal situação se vai tornar preocupante apenas quando duas crianças estiverem a brincar e, ao ver tal pão pesco e crocante no chão do jardim o metam na boca?", escreveu também.
Ao jornal Público, a vice-presidente da SOS Animal, Clarisse Cerdeira, que afirmou saber da situação, disse que esta deverá ser uma "maldade pontual" e que "não é comum em Lisboa". Acrescenta que este tipo de situações "talvez seja mais comum em zonas rurais".
À mesma publicação, fonte da Junta de Freguesia da Ajuda afirmou que a denúncia foi recebida com "espanto", que está "previsto" mais um parque para a área e que até é normal verem-se pessoas a passear animais naquela zona da Ajuda.